São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2001

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PAINEL

Impressão digital
FHC telefonou aos governadores tucanos Dante de Oliveira (MT) e Tasso Jereissati (CE) para falar que a cassação de ACM é uma questão de honra. O presidente pediu que o recado fosse passado aos senadores Lúcio Alcântara e Antero Paes de Barros (PSDB), do Conselho de Ética.

Versão oficial
FHC disse aos dois governadores que, se ACM não for cassado, será impossível negar que não houve um acordão para enterrar a CPI e beneficiar o pefelista e Jader Barbalho. Poderia abalar ainda mais o índice da popularidade presidencial.

Sem comentários
O PFL lançará em junho um livro sobre a história do partido. O texto, por motivos óbvios, não traz uma linha sobre a atuação no episódio da violação do painel eletrônico do Senado.

Cartas na mesa
Os advogados de ACM entregam amanhã novo memorial para rebater o relatório de Saturnino Braga. Vão dizer que o relator produziu uma "peça de condenação", não de acusação.

Reforma ministerial
A cúpula do PMDB governista articula a união do Ministério da Integração Nacional com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. A pasta fortalecida iria para o senador Ramez Tebet (MS). O goiano Ovídio de Ângelis, ligado ao itamarista Maguito Vilela, voltaria para casa.

Discurso unificado
Itamar Franco e Pedro Simon, os dois pré-candidatos do PMDB à Presidência, sobem no mesmo palanque em Goiânia, no dia 25. Vão discursar contra a privatização da Celg (Companhia Elétrica de Goiás).

Sem apoio
Na moratória mineira de 99, Itamar tentou angariar apoio de outros governadores, mas acabou só na empreitada. Na nova ameaça, associada à crise energética, mudou de tática: "Temos uma visão muito prática do que é tentar unir governadores. Pelo amor de Deus, nunca mais!".

Tarefa inglória
A oposição faz reuniões hoje e amanhã para discutir como obrigar o Congresso Nacional a investigar as novas denúncias contra o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes.

Outra vez
O mesmo grupo de advogados que apresentou requerimento à Câmara pedindo que FHC seja processado por crime de responsabilidade por ter barrado a CPI da corrupção estuda entrar na Justiça contra o presidente, por causa da crise energética.

Olhos fechados
De Goffredo da Silva Telles Jr., um dos advogados que estudam processar FHC, sobre o presidente ter dito que foi surpreendido pela crise energética: "É um governo alheio às grandes realidades básicas do país".

Casa de ferreiro
Em tempos de racionamento de energia, o PSDB deu um excelente exemplo na sua convenção, sábado à tarde, na presença de FHC. Dois conjuntos de holofotes foram usados para iluminar a mesa. Um grande ventilador resfriava o ambiente.

Ceia de resultados
Ciro Gomes (PPS) está cada vez mais próximo do PTB, apesar dos esforços de FHC para evitar a aliança. Vai jantar no apartamento de José Carlos Martinez, presidente da sigla.

Aliado de risco
O prefeito César Maia (RJ), que discute com Jorge Bornhausen sua filiação ao PFL, foi convidado para o jantar com Ciro.

Língua solta
Durante o 13º Fórum Nacional, o ex-ministro Marcílio Marques Moreira não resistiu ao trocadilho, depois que o presidente do BNDES, Francisco Gros, disse que as grandes empresas brasileiras têm que andar no exterior com suas próprias pernas: "É o modelo de "grobalização'".

TIROTEIO

De João Paulo (PT-SP), em resposta a Cláudio Lembo (PFL-SP), que ironizou a publicidade do PT, elaborada por Duda Mendonça, em que ratos roem a bandeira do Brasil:
-De rato e de corrupção quem manja é o PFL. Se a carapuça serviu, não é nossa culpa.

CONTRAPONTO

Sina carlista

A violação do painel do Senado virou o principal assunto entre os senadores no plenário. Além de discutirem o processo de cassação de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido/ DF), muitos senadores fazem piada da situação. Longe dos defensores de ACM e Arruda, claro.
Na semana passada, um senador do PSDB procurou um colega da oposição. Com ar sério, perguntou:
- Você viu que o carro do ACM quebrou ontem quando ele ia para casa?
O oposicionista não percebeu que era piada. O tucano continuou a brincadeira.
- Ele estava perto de casa quando o carro parou. Perguntou ao motorista o que tinha acontecido e ele respondeu: "Não é nada, dá para consertar rápido. Foi só um problema no painel". O ACM desceu e foi embora correndo!


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