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Governo rejeita "abafa",
e PF diz que investigará
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em três notas oficiais divulgadas ontem, o governo tentou demonstrar que não trabalhou para
abafar o caso do socorro ao banco
Marka, de Salvatore Cacciola, e
que desconhecia qualquer "deslize" do ex-presidente do Banco
Central Francisco Lopes, numa
referência à suposta participação
do executivo em esquema de venda de informação privilegiada relatado pela revista "Veja" deste
fim de semana.
Oficialmente, a PF (Polícia Federal) ignora a existência das fitas
mencionadas na reportagem da
revista, que comprovariam a
atuação de Lopes no comércio de
informações privilegiadas e que
teriam sido utilizadas por Cacciola para chantageá-lo, conseguindo o socorro de R$ 1 bilhão ao
Marka.
Em nota à imprensa, a PF afirma que as informações publicadas por "Veja" fazem parte dos 11
volumes e 28 anexos do inquérito
aberto para apurar o caso em abril
de 1999, o que deu origem à ação
penal contra 13 réus.
Há duas exceções, que, conforme o comunicado oficial, agora
"serão objeto de imediata e pertinente investigação" da Polícia Federal: a conta no exterior do banco Pactual, de onde teriam saído
recursos para financiar o suposto
esquema e a existência de três telefones celulares que viabilizariam a comunicação das informações privilegiadas.
Em nota assinada pelo porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, afirma que "a demissão
do dr. Francisco Lopes da presidência do Banco Central teve razões exclusivamente funcionais,
não tendo o senhor presidente da
República nenhum conhecimento de deslize do mencionado funcionário".
Também em nota distribuída
pelo Planalto, o ex-ministro Clovis Carvalho (Casa Civil) declara
nunca ter participado de "qualquer ação relativa a qualquer tipo
de ameaça ou crise".
Segundo a reportagem de "Veja", no momento em que se tornou público que Lopes possuía
US$ 1,6 milhão no exterior, Carvalho foi encarregado de espalhar
a versão de que o dinheiro era fruto de uma herança paterna.
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