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FHC não tocou
no assunto em
visita de 1995
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil deixou de censurar a
China em razão de seu amplo
prontuário em questões de direitos humanos quando, em dezembro de 1995, o então presidente
Fernando Henrique Cardoso esteve em visita oficial a Pequim.
A omissão foi na época criticada
por entidades de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional. Ela havia remetido
um dossiê à embaixada brasileira
na China, no qual relatava em detalhes casos de condenação à
morte e execução de cidadãos que
faziam oposição ao regime.
FHC foi ainda colocado numa
posição constrangedora porque,
durante sua permanência em Pequim, foi sentenciado a 14 anos de
prisão o dissidente Wei Jinsheng,
visto naquele país como um dos
líderes da oposição democrática.
Apesar da coincidência, ele declarou que "nós nunca entramos
em assuntos internos de outros
países". A condenação de Wei
Jinsheng fora objeto de comunicados bastante críticos de países
como França, Alemanha, Reino
Unido e Estados Unidos.
O jornal governamental chinês
em língua inglesa "China Daily"
chegou a noticiar que FHC
"apoiava" a política chinesa de direitos humanos. O que o Itamaraty e o próprio presidente imediatamente negaram ser o caso.
FHC disse que "não houve oportunidade" para discutir a questão
com seus interlocutores chineses.
Havia uma circunstância ambígua para que circulassem essas
versões contraditórias.
Segundo FHC, em contato com
jornalistas que o acompanhavam,
o que a China agradeceu foi a manifestação do Brasil em 1993, portanto dois anos antes, quando, em
encontro das Nações Unidas, em
Genebra, o Itamaraty votou contra uma proposta norte-americana que censurava abertamente o
governo chinês em razão de violação aos direitos humanos.
FHC disse: "Continuamos na
posição de defender os direitos
humanos", mas reiterou que
"nunca entramos em assuntos internos de outros países".
(JBN)
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