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PT moderado quer resolução anti-CPI
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os moderados do PT devem
aprovar na reunião do Diretório
Nacional uma resolução contrária
à CPI dos Correios. Objetivos: levar parte dos 19 deputados que
assinaram o pedido de criação da
Comissão Parlamentar de Inquérito a retirar o apoio e dar um
exemplo para que partidos aliados pressionem seus membros a
fazê-lo. A reunião acontece neste
fim de semana em São Paulo.
Para tentar compor com parte
da esquerda do PT, buscando unidade num momento de crise política do governo, os moderados
(cerca de 70% do partido) suavizarão o "paloccismo" do documento que será inscrito no domingo como tese para o Encontro
Nacional de dezembro. A Folha
apurou que o documento terá
tom petista mais tradicional, com
maior ênfase no social. O endosso
à política de rigor fiscal e monetário do ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) desagrada a radicais e até a alguns moderados.
Em Brasília, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva diminuiu o
número de ministros que viajarão
com ele para a Coréia do Sul e o
Japão a fim de que participem do
esforço para abafar a CPI. Lula pediu ao ministro José Dirceu que
assuma na prática o comando da
operação, pois Aldo Rebelo
(Coordenação Política) é contestado por petistas e até aliados. Se
não conseguir evitar a CPI, o plano B do governo é colocar parlamentares da confiança em postos-chave para tentar ter algum
controle sobre a investigação, algo difícil na prática.
Operação abafa
Se os moderados tiverem êxito
na aprovação da resolução contra
a CPI dos Correios, avaliam que
conseguirão retirar entre 8 e 10 assinaturas das 19 dadas por deputados federais do PT. É insuficiente, mas serviria de impulso para
que ministros e dirigentes dos
partidos aliados ajam para retirar
assinaturas. Cerca de metade dos
deputados que assinaram a CPI
pertencem à base de sustentação
do governo no Congresso.
Até as 18h de ontem, 218 deputados federais e 49 senadores haviam assinado o requerimento.
Com esse número, é possível viabilizar uma CPI mista do Congresso (deputados e senadores).
O governo precisa retirar pelo
menos 48 assinaturas de petistas e
de aliados para impedir a CPI
mista, o que não é fácil.
"A oposição tem o direito de
querer a CPI. É uma estratégia legítima de fazer disputa política.
Está fazendo o que o PT fez no
passado. O PT, que agora participa do governo, não deve apoiar
uma CPI, mas aguardar as investigações já em curso. Uma resolução nesse sentido será proposta
ao Diretório Nacional", afirmou
José Genoino, presidente do PT.
Ele também disse que as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA) devem servir de alerta
para o PT. FHC disse ver risco de
crise institucional. ACM disse que
Lula perde autoridade.
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