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SÃO PAULO
Ex-prefeito desistiu da Presidência ao fechar apoio desejado por Covas
Acordo de Maluf com FHC
incluiu a aliança PPB-PFL
PATRICIA ZORZAN
da Reportagem Local
Um dia depois
de oficializar
publicamente a
adesão do PFL a
seu nome, o
pré-candidato
do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf,
afirmou que a coligação entre os
dois partidos foi a condição imposta para que ele desistisse da
disputa pela Presidência da República e apoiasse Fernando Henrique Cardoso.
"O almoço (com os pefelistas)
foi, na realidade, (o resultado) de
um período de um ano e um mês
de maturação política que começou com meu compromisso de
apoiar FHC", declarou Maluf ontem à Folha.
Segundo o ex-prefeito, o acordo
foi acertado com a cúpula nacional do PFL e referendado pelo presidente da República na série de
encontros que o pepebista manteve com FHC a partir de junho.
"O projeto de união nacional
entre PFL-PPB-PSDB passava pelo
meu apoio à candidatura Fernando Henrique e não pelo apoio dele
à minha. Eu pediria votos para ele
na TV, desde que, evidentemente,
o curso natural das coisas não fosse interrompido", disse o ex-prefeito, referindo-se à coligação entre pefelistas e pepebistas que elegeu, em 1996, o prefeito paulistano, Celso Pitta.
"A coligação iria ser reproduzida em 98 e haveria o meu compromisso pessoal de apoiar a candidatura de Fernando Henrique
em São Paulo", completou.
O assunto foi o tema da conversa
entre Maluf e FHC no dia 16 de junho, no Palácio da Alvorada.
Primeiro encontro entre os dois
desde o início da tramitação da
emenda da reeleição -tratada pelo ex-prefeito durante a campanha
eleitoral de 96 como um "casuísmo"-, o jantar de aproximação provocou uma crise entre o
presidente e o PSDB paulista.
"Surgiu o jantar e a pauta já
estava previamente combinada
com o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA). O curso natural do entendimento PFL-PPB
não seria atrapalhado e eu desistiria da minha candidatura à Presidência", explicou Maluf.
O pepebista afirmou que a neutralidade de Fernando Henrique
na disputa pelo governo de São
Paulo não fez parte do acordo,
mas admitiu que uma eventual interferência do presidente no processo poderia causar embaraços.
"Ele pode pedir votos para o
(governador) Mário Covas. Mas é
evidente que, se ele tem o apoio,
segundo o Datafolha, de alguém
que tem 29% (Maluf) dos votos e
de outro que tem 19% (Covas), por
que ele iria melindrar o eleitor malufista que quer votar nele?"
Conforme o ex-prefeito, o acordo começou a ser discutido em
abril de 97, durante um jantar em
Lisboa com o então presidente licenciado do PFL, embaixador Jorge Bornhausen.
Depois de três horas de conversa, os dois líderes avaliaram que a
candidatura de Maluf à Presidência da República perdera força
eleitoral com a reeleição. "Mas,
no caso de São Paulo, estávamos
muito fortalecidos com os resultados eleitorais recentes."
O ex-prefeito afirmou que pedirá votos pessoalmente para Fernando Henrique. "Se ele fizer
um comício em São Paulo, estarei
presente. Não há problema se o
Covas também estiver. Estaremos
lá, de maneira educada e democrática, pedindo votos para FHC."
A declaração foi feita um dia depois de o ex-prefeito ter afirmado
que FHC não havia sido "eficiente" na transferência de votos
para o candidato tucano à prefeitura paulistana em 96.
Ontem em Mauá, Maluf prometeu que o PPB fechará questão
contra a prorrogação da CPMF
(imposto sobre o cheque), caso
seus recursos não sejam enviados
diretamente para os hospitais.
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