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PT SOB SUSPEITA
No Congresso, governistas descartam investigação de denúncias
Santo André aprova CPI;
Marta abafa comissões
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de Santo
André aprovou ontem, por unanimidade, a criação de uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias de cobrança de propina de
empresários da cidade em benefício de campanhas eleitorais do
PT. A iniciativa partiu da bancada
petista e dos partidos de sustentação da administração, que tem
maioria na casa. A líder do PT na
Câmara Municipal, Ivete Garcia,
informou que o recesso de julho
será suspenso para que as investigações sejam aceleradas.
Em São Paulo, uma manobra
dos governistas impediu que o suposto envolvimento da administração Marta Suplicy (PT) com o
esquema de cobrança de propina
fosse alvo de uma investigação da
Câmara Municipal de SP.
Ontem, o vereador Gilberto Natalini (PSDB) havia pedido uma
CPI para investigar o caso, mas
um acordo entre os líderes de
bancadas permitiu que fossem
aprovadas quatro novas comissões que não comprometem a
atual administração. "Acho que o
PT está se atolando em denúncias
e lutando para que elas não sejam
investigadas, esse pode ser um caminho sem volta."
A criação das CPIs era necessária porque outras quatro já tinham sido concluídas. Havia
mais de 40 pedidos de novas CPIs
na Casa, mas o regimento interno
da Câmara permite apenas cinco
comissões simultâneas.
O acordo entre os líderes possibilitou que fosse criada a CPI da
Máfia dos Fiscais, que vai investigar novas denúncias de corrupção envolvendo fiscais da Administração Regional da Sé. A presidência da comissão ficou com
João Antônio (PT).
Foram criadas também as CPIs
da Operação Urbana Faria Lima,
uma nova CPI da Dívida Pública
do município (é a terceira comissão sobre o tema em menos de
dois anos) e uma comissão para
investigar a evasão de ISS (Imposto sobre Serviços) em São Paulo.
A presidência de todas as CPIs
criadas ficará nas mãos de membros da bancada governista.
Foram rejeitados os requerimentos de abertura de CPIs para
investigar as Grandes Obras das
gestões Paulo Maluf (PPB) e Celso
Pitta (PSL) e de irregularidades do
sistema de transporte urbano,
ambos propostos pelo PSDB.
Congresso
Governistas reagiram com cautela às denúncias contra o PT: evitaram dar conotação política ao
episódio e descartaram a instalação de CPI, mas não disfarçaram
satisfação com o envolvimento do
partido no episódio.
"Confesso que estou me divertindo", disse Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), líder do governo na
Câmara: "O PT está tomando o
remédio que sempre pregou para
os outros. O feitiço virou contra o
feiticeiro. Não quero tripudiar. O
Ministério Público deve apurar".
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), disse que o partido não agirá da mesma forma
que o PT faria se a denúncia fosse
contra o PSDB: "Se isso fosse com
outro partido, com o presidente
de outro partido, o PT estaria pedindo CPI, Conselho de Ética,
cassação. Eles têm de ter mais cuidado com a honra dos outros".
Colaboraram a Reportagem Local e a Sucursal de Brasília
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