São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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Nota liga acusador a empresa de ônibus

DA REPORTAGEM LOCAL

Em nota divulgada na tarde de ontem, a secretária municipal de Santo André Miriam Belchior e o ex-secretário Gilberto Carvalho insinuam que o que motivou o depoimento de João Francisco Daniel é o fato de ser ele "representante dos interesses" da Expresso Guarará.
A empresa de transportes é de propriedade de Luiz Alberto Gabrilli, que prestou depoimento ao Ministério Público Estadual na condição de vítima do suposto esquema de extorsão.
João Francisco teria, segundo a nota, solicitado "mudança nas regras do contrato que a empresa mantém com a prefeitura", no que não foi atendido. "Essa medida não atendeu aos interesses da empresa e do sr. João Francisco, mas era a única atitude que a legalidade exigia", diz a nota.
Carvalho e Belchior atribuem também as declarações de João Francisco ao "desequilíbrio emocional visível que se abateu sobre ele desde a morte do irmão".
Dizem os signatários da nota que "as afirmações do sr. João Francisco Daniel, atribuindo-nos declarações e informações, não correspondem à verdade."
"Não somos pessoas que amealhamos riquezas materiais, mas não abriremos mão do nosso principal patrimônio, que é nossa honra", diz o texto, lido por Carvalho a repórteres. Por orientação de seus advogados, Carvalho e Belchior não deram declarações adicionais à imprensa.
Também foi lida nota da Prefeitura de Santo André, assinada pelo secretário municipal de Governo, Mário Maurici de Lima Moraes. A nota diz que a prefeitura vai contratar uma auditoria independente para analisar os contratos, "de forma a que não paire nenhuma dúvida acerca da sua moralidade, regularidade e legalidade" e que a administração municipal "não tem conhecimento de que sejam verdadeiros quaisquer fatos noticiados pela imprensa acerca da denúncia apresentada pelo Ministério Público".
Os contratos da prefeitura, segundo a nota, têm sido permanentemente auditados internamente pelo Tribunal de Contas de São Paulo, "sem que este órgão tivesse apurado nenhum elemento que consubstanciasse quaisquer das irregularidades apontadas".
Uma terceira nota foi lida na entrevista coletiva, assinada pelo secretário de Serviços Municipal de Santo André, Klinger Sousa.
"As acusações feitas contra a minha pessoa são absurdas. Prefiro manifestar-me sobre o assunto somente após um exame detalhado do processo por meus advogados. Por ora, afirmo que, sem dúvida, há motivação política na acusação", diz a nota, lida pelo secretário de Comunicação de Santo André, Eduardo Luiz Correia -Klinger não estava presente.


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