São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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Ciro afirma não ter dúvida de ação de tucano

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA

O candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou ontem, em Vitória (ES), "não ter dúvida" de que as denúncias contra a administração do PT em Santo André (SP) partiram do presidenciável José Serra (PSDB).
De acordo com Ciro, estaria acontecendo uma repetição do caso Roseana Sarney, na tentativa de minar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não tenho dúvidas de que a denúncia contra o PT [caso de Santo André" partiu de Serra e é uma repetição do caso Roseana Sarney".
A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL) teve de abandonar a disputa presidencial após operação da Polícia Federal na sede da Lunus, empresa sua e de seu marido, Jorge Murad, onde foi encontrado R$ 1,34 milhão. O PFL alegou que Serra estaria por trás da operação, ocorrida em março deste ano.
"Eu fui fundador do PSDB, conheço o senhor José Serra profundamente e de longa data. Ele não tem o menor escrúpulo. Esse camarada quer destruir todos os candidatos. Ou pela censura ou pelo dossiê", afirmou.
No caso de Santo André, o ex-secretário de Transportes de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza e os empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria Pinto foram acusados de formação de quadrilha com objetivo de extorquir dinheiro para financiar campanhas eleitorais do PT.
Em depoimento prestado ao Ministério Público do Estado de São Paulo, João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em janeiro, afirmou ter conhecimento de que os recursos eram entregues ao presidente do PT, José Dirceu (SP).
O candidato da Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB) deu as declarações após almoço promovido pela Câmara de Comércio Americana de Vitória. No evento, Ciro também lançou seu livro "Um desafio chamado Brasil".

Censura
Durante o almoço, em que compareceram cerca de 50 empresários, o candidato criticou duramente a alta taxa de juros, que inibiria investimentos no setor produtivo. Ciro também condenou a "postura passiva" do país no processo de globalização. Segundo ele, esse foi um dos fatores que levaram a Argentina à derrocada.
Enquanto expunha suas idéias, Ciro colocou-se como vítima de censura que, segundo ele, seria articulada por Serra e o teria prejudicado pela "manipulação de informações" pelo governo federal. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vetou a aparição do candidato do PPS nas propagandas do PDT e do PTB, a pedido do PSDB.



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