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PT avalia que acusações não devem prejudicar Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT avalia que as acusações de
João Francisco Daniel -irmão
do prefeito Celso Daniel- são
frágeis, sem possibilidade de obtenção de provas e de poder de
desgaste limitado no que se refere
à candidatura de Luiz Inácio Lula
da Silva à Presidência.
O partido analisa que acusações
pontuais de irregularidades no relacionamento da Prefeitura de
Santo André com empresas contratadas têm mais chances de serem comprovadas, o que garantiria espaços na mídia contra o PT
em grande parte da campanha.
Os petistas pretendem preservar a memória de Celso Daniel,
mas vão tentar demonstrar que
seu irmão, João Francisco, autor
das denúncias, é um adversário
político do PT e do próprio prefeito. Ele seria militante do PTB de
Santo André -partido que, em
São Paulo, apóia o PSDB. João
Francisco negou ontem que seja
filiado a partido político.
A direção do PT planeja realizar
pesquisa na semana que vem para
medir um eventual prejuízo para
a candidatura de Lula. Integrantes
da cúpula petista passaram o dia
afinando o discurso e preparando
resposta às acusações.
Os dirigentes tentarão carimbar
as acusações como de "caráter político". O PT está convicto de que
integrantes do primeiro escalão
do PSDB-SP têm participação no
vazamento da denúncia.
Os petistas dizem que o depoimento ao Ministério Público, que
corria sob segredo de Justiça, foi
tornado público no mesmo dia
em que foi acertada a coligação
com o PL, o mais importante fato
eleitoral favorável a Lula até o momento. "O caso perturba um pouco, porque queremos fazer campanha, mas nada que comprometa a longo prazo", disse João Paulo
Cunha, líder do PT na Câmara.
Petistas fizeram um paralelo entre as acusações surgidas agora e
outras três de características tidas
como semelhantes nas campanhas de 1989, 1994 e 1998.
Em 1989, a gestão da então petista Luiza Erundina em São Paulo foi acusada de cobrar propina
para aprovação de um projeto
imobiliário da Lubecca Empreendimentos. O dinheiro (US$ 200
mil), segundo a acusação, teria sido destinado à campanha presidencial de Lula. O processo foi arquivado por falta de provas nove
anos depois (dezembro de 1998).
Na campanha de 1994, surgiu o
caso Nutrícia. Lula viajou a duas
cidades do Rio em jatinhos pagos
pela empresa Nutrícia, que foi
fornecedora da Prefeitura de São
Paulo na gestão de Erundina. O
caso foi arquivado em 1995.
Em 1998, foi veiculado o caso
Cpem, empresa de consultoria
que prestou serviços a várias prefeituras administradas pelo PT.
O advogado Roberto Teixeira,
amigo de Lula, teria sido o intermediador dos contratos entre a
empresa e as prefeituras, e a
Cpem teria financiado eventos da
campanha petista. O processo
ainda está em andamento. Lula
teria de comparecer à Justiça no
último dia 11, mas pediu adiamento de seu depoimento.
(PLÍNIO FRAGA E FÁBIO ZANINI)
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