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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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PAINEL

Hora da largada
José Serra planeja para setembro uma espécie de "caravana da oposição". Ao lado de dirigentes tucanos, percorrerá o Brasil fazendo palestras críticas ao governo Lula. De olho em 2006, o ex-ministro quer voltar ao noticiário e se cacifar como o principal líder da oposição.

Obstáculo na pista
Na sua tentativa de polarizar com Lula, Serra terá um adversário de peso: FHC. O ex-presidente deixou claro na entrevista que concedeu ao site do PSDB, na qual fez duras críticas ao governo petista, que não se contentará com o papel de simples conselheiro do tucanato.

Bico aberto
Petistas de carteirinha comentaram os ataques de FHC a Lula com certa dose de ironia. Dizem que o ex-presidente brasileiro começou a "mostrar as asinhas" dos tucanos na oposição.

Bico fechado
Alguns governadores do PSDB não gostaram muito das críticas de FHC a Lula. Com o pires na mão, preferem não comprar briga com o Planalto. Ao menos por enquanto.

Versão do acusado
Gustavo Franco deverá depor na próxima quarta-feira à Comissão de Segurança Pública da Câmara. O delegado Antonio Carlos de Carvalho (PF) acusou o então presidente do BC de ser o responsável por viabilizar operações de lavagem de dinheiro de US$ 30 bi pelo Banestado.

Cartilha comum
Todos os candidatos a vereador do PT serão obrigados a participar de um cursinho preparatório. O objetivo é unificar a campanha e os discursos.

Reserva pessoal
O deputado Almir Sá (PP-RR), que assumirá a vaga de Moisés Lipnik (PTB), morto de infarto, financiou a própria campanha, que custou R$ 55.403,35. R$ 50 mil foram pagos por empresa de sua família, segundo o TSE. O restante veio do próprio bolso.

Calmante neles
A equipe do cerimonial enviada pelo Itamaraty para acompanhar a visita de Lula aos EUA teve um chilique antes da chegada do presidente à Embaixada do Brasil. Ameaçou até deixar debaixo da chuva fãs do petista e jornalistas que foram recebê-lo.

Solução doméstica
Diante da confusão promovida pelo cerimonial do Itamaraty, quem acabou organizando a recepção a Lula foi uma equipe de segurança da Casa Branca, enviada para acompanhar a chegada do presidente do Brasil.

Pressão das bases
O PTB encaminhou a José Dirceu (Casa Civil) carta da deputada Kelly Moraes (RS) na qual ela relata a pressão que tem sofrido na sua base eleitoral em razão de estar "aliada a um governo cujo programa diverge das propostas apresentadas na campanha".

Duas faces
Na carta, Kelly Moraes (PTB) diz que não mais votará em favor das reformas do governo. Segundo ela, nas bases, o PT espalha que é o grande defensor dos trabalhadores e que os aliados são os culpados pelas reformas tributária e da Previdência. "Enquanto a Luciana Genro [PT] é a deusa, eu sou a bruxa."

Por antecipação
O Planalto quer reunir os dirigentes das principais centrais sindicais e prometer um aumento maior ao funcionalismo em 2004 do que o reajuste dado neste ano. É uma tentativa de conseguir o apoio dos servidores e evitar uma greve que desgastaria o governo Lula.

Sem barreiras
Ciro Gomes (Integração Nacional) cumpre à risca sugestão de Lula para priorizar minorias. Nomeou três mulheres para diretorias de peso, um negro para a Secretaria Nacional de Defesa Civil e um portador de nanismo para o Departamento Nacional de Convivência do Semi-Árido.

TIROTEIO

Do deputado federal Paulo Kobayashi (PSDB-SP), explicando o apoio dos tucanos às reformas de Lula:
- Temos que aprovar essas reformas logo, não importa se sairá um monstro, um cavalo ou um camelo. Se o projeto der certo, sorte do governo e do PT agora. Se der errado, sorte do PSDB em 2006.

CONTRAPONTO

Troca de chumbo

O Senado discutiu dias atrás a medida provisória que fixou o salário mínimo em R$ 240.
Durante a votação, houve um acalorado confronto entre o governo e a oposição, que apresentara emendas propondo um valor maior. O PFL defendia um salário mínimo de R$ 260 e o PSDB, de R$ 252. Sem acordo, os partidos decidiram obstruir.
Aloizio Mercadante (PT-SP) tentou desqualificar a decisão do PSDB de emperrar a votação.
Líder dos tucanos na Casa, Arthur Virgílio provocou Mercadante, mencionando o tempo em que o PT era oposição:
- O caro senador Aloizio Mercadante tem mais horas de obstrução do que urubu de vôo.
Mercadante concordou, mas devolveu a crítica:
- Sei que tenho uma longa história na oposição. E constato que a atual oposição está mais perdida do que cachorro que caiu do caminhão de mudança.



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