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PRIVATIZAÇÃO
Decisão do governo de passar empresa à iniciativa privada é reprovada por 51% dos paulistanos e aprovada por 41%
Maioria em SP é contra a venda da Telebrás
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
A maioria dos moradores da cidade de São Paulo se opõe à privatização da Telebrás. Pesquisa Datafolha mostra que 51% dos entrevistados são contra a venda da empresa para a iniciativa privada. A
privatização é defendida por 41%.
Para 68% dos entrevistados, é
incorreta a decisão do governo
Fernando Henrique Cardoso de
vender a Telebrás em ano de eleições. Apenas 24% consideram
correta a posição do governo nesse caso.
A reprovação à atitude do governo alcança maioria (55%) inclusive entre os eleitores de FHC.
Com relação à privatização a
qualquer tempo, a pesquisa revela
que há proximidade entre as posições dos eleitores de Enéas Carneiro (Prona) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e entre os que optam por Ciro Gomes (PPS) e FHC.
O maior percentual dos que são
contra a venda da Telebrás está
entre os eleitores de Lula (68%).
Em seguida, aparecem os que optam pela candidatura de Enéas,
com 58%.
Entre os eleitores de Ciro Gomes, 45% condenam a venda e
48% a aprovam. Dos que pretendem votar em FHC, 54% se declaram a favor da privatização da Telebrás e 41%, contra.
A resistência à privatização não
se restringe à telefonia: 44% dos
entrevistados condenam o processo de um modo geral, enquanto
42% o defendem.
Processo
Dos entrevistados, 52% afirmam
que Lula está errado ao afirmar
que parte do dinheiro obtido com
a privatização da Telebrás servirá
para financiar a campanha da reeleição de FHC.
Mas 27% dizem que o presidente
não deveria ter processado Lula
por sua declaração. Outros 25%
concordam com o processo de
FHC contra Lula.
A afirmação do petista foi considerada certa por 37% dos entrevistados. Esse índice é de 58% entre os que pretendem votar em Lula e de 18% entre os eleitores de
FHC.
Paradoxalmente, 46% dos ouvidos acreditam que a qualidade dos
serviços da Telebrás vai melhorar
depois da privatização. Apenas
19% esperam piora na qualidade
dos serviços. Outros 25% afirmam
que eles continuarão os mesmos.
Os eleitores de Ciro Gomes, com
61%, são os que mais esperam melhoria na qualidade dos serviços.
Em seguida, aparecem os que pretendem votar em FHC, com 57%,
e Enéas, com 47%.
Entre os eleitores de Lula, 37%
esperam melhoria dos serviços e
27% afirmam que eles continuarão os mesmos. Para 26%, a qualidade dos serviços vai piorar.
Tarifas
Mas outros itens revelam ceticismo em relação à privatização da
telefonia. Para 42%, haverá aumento de tarifas. Só 20% acreditam que o preço dos serviços vai
diminuir, enquanto 29% dizem
que eles não sofrerão mudanças.
Os que mais esperam aumento
de tarifa, com 55%, são os eleitores de Lula. Em seguida, aparecem
os que optam pela candidatura de
Enéas (45%). Dos eleitores de Ciro
Gomes, 41% esperam aumento de
tarifa. O índice é de 33% entre os
que pretendem votar em FHC.
Percentual expressivo de entrevistados, 46%, diz que os usuários
serão os principais prejudicados
com a venda da Telebrás. Outros
30% acreditam que eles serão os
principais beneficiados.
Beneficiários
A privatização da telefonia é
considerada mais vantajosa do
que prejudicial para o governo:
30% afirmam que ele será o maior
beneficiado, enquanto 24% dizem
que será o principal prejudicado.
O grande beneficiado, para 33%
dos entrevistados, será a empresa
que comprar a Telebrás.
Os eleitores de Lula e de Enéas
são os mais críticos. Para 58% deles, o usuário será o principal prejudicado com a privatização.
As posição dos eleitores de Ciro
Gomes e de FHC é mais próxima:
43% dos que pretendem votar no
candidato do PPS e 41% dos que
optam pelo presidente afirmam
que o usuário será o principal beneficiado com a privatização.
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