São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000


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PAINEL

Ação em alta
Armínio Fraga (BC) ganhou pontos no Planalto ao bancar a nova redução dos juros. Se o índice fosse mantido, como apostava o mercado, passaria a impressão de que o governo teme ser destruído pelo escândalo EJ.

Na sombra
Na virada do primeiro para o segundo mandato, FHC convidou Eduardo Jorge para presidir a Petrobras. EJ recusou. O presidente ofereceu então ao ex-amigo o Ministério da Administração. "Estou com 60 anos e preciso ganhar dinheiro", teria respondido a FHC o ex-secretário.

Versão da cozinha
Ter recusado a Petrobras, segundo se avalia no círculo próximo de FHC, seria a maior evidência de que EJ "não roubou" enquanto esteve no governo. Pode até ter ganhado muito dinheiro recorrendo ao prestígio de quem foi vizinho de gabinete do presidente por quatro anos. Mas depois de sair do Planalto.

Na lona
Dois assessores diretos que estiveram ontem com FHC dizem que nunca viram o chefe tão macambúzio. "Está difícil até cumprir a agenda", diz um deles. Apesar do esforço do Planalto em aparentar normalidade e dizer que o caso EJ é "isolado".

Sugestão do dia
A festa de aniversário que Jorge Bornhausen (PFL) ofereceu ontem em Brasília ao vice-presidente, Marco Maciel, contou com a cúpula do PFL, à exceção de ACM, que está na Itália. O prato principal foi o caso Eduardo Jorge e a crise no Planalto.

Bigamia tucana
De Aécio Neves (MG) aos dirigentes tucanos que o criticaram por admitir uma composição presidencial entre os tucanos e Ciro Gomes (PPS): "Tem muita gente no PSDB pensando em 2002 e esquecendo que temos uma crise para gerenciar. E, entre o PSDB e o PPS na eleição para a presidência da Câmara, eu prefiro o apoio dos dois".


Diálogo inacabado
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), foi procurado por Paulo Maluf (PPB). Encontram-se pessoalmente no final da tarde de anteontem. O candidato do PPB pediu apoio à sua candidatura e prometeu retribuí-lo em 2002, na eleição ao governo do Estado. Temer disse que não, mas abriu uma brecha em eventual segundo turno entre o pepebista e Marta (PT).

Opção descartada
Michel Temer (PMDB) já trabalha nos bastidores pela candidatura Erundina (PSB). E, embora pressionado, tem resistido por enquanto a tornar seu apoio público. Num eventual segundo turno entre Maluf (PPB) e Marta (PT), uma coisa é certa: Temer não apoiará a petista.

Partido em retalhos
Com a candidatura Tuma (PFL) na corda bamba, o PMDB paulista, que o apóia, expõe suas fraturas de cima abaixo. Quércia e Temer disputam a liderança da legenda enquanto o baixo clero, desordenado, divide-se entre Erundina (PSB), Alckmin (PSDB), Maluf (PPB), Fernando Collor (PRTB) e até Tuma.

Impressão digital
Vários dos outdoors da campanha de Erundina (PSB) foram pichados com material asfáltico. Quase sempre sobre a palavra "não", do slogan "vamos votar em quem fez e não roubou". O produto (asfáltico) é comum nas administrações regionais.

Sentido oculto
Comentário de um parlamentar da direita paulista sobre os outdoors de Maluf (PPB) com a defesa da prisão perpétua: "É uma proposta que dá margem a uma dupla interpretação".

Visita à Folha
O governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Floriano Gomes, secretário-chefe do Gabinete Civil, de Servito Menezes, diretor da Agência de Comunicação de Goiás, e de Lizandro Nogueira, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do governador João Capiberibe (PSB-AP), sobre as relações entre Judiciário (Nicolau dos Santos Neto), Executivo (Eduardo Jorge) e Legislativo (Luiz Estevão):
- Isto é o que eu chamo de harmonia entre os poderes.

CONTRAPONTO

Estigma do sertão
Heloísa Helena (PT-AL) tem aproveitado o recesso para visitar o interior de Alagoas, apoiando os candidatos do partido. Anteontem, esteve em Olho D'água das Flores, um município que, apesar do nome, é muito violento e machista. Lá, é comum se ouvir pérolas do tipo:
-Não voto em mulher!
No palanque, o locutor gritou:
- Tem algum homem neste palanque? Tem macho aqui?
-Aqui! Eu! -responderam.
O locutor replicou, ferino:
-Mas não tem nenhum mais macho que a senadora Heloísa Helena -disse, anunciado-a.
A senadora, que preparara uma fala exaltada contra o governo, ficou constrangida. E resolveu fazer um discurso feminista, sobre o papel da mulher na sociedade. Só no final, bateu em FHC. Quando acabou, o locutor voltou a se manifestar:
-Não disse! Não disse! A senadora é macho mesmo!


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