KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Mesmo não sendo candidato a prefeito, o presidenciável Ciro Gomes (PPS) tornou-se o principal alvo de acusações na disputa entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza (CE).
O ataque mais recente foi do coordenador da campanha à reeleição do prefeito Juraci Magalhães (PMDB), o deputado federal Marcelo Teixeira. Em uma carta paga, publicada ontem em um jornal local e intitulada "Resposta a um leviano", Teixeira compara Ciro ao ex-presidente Fernando Collor, "seu maior inspirador", como diz o texto.
"Nunca precisei forjar empregos para fajutar declarações de renda. Não faz parte do meu currículo condenação judicial por distribuição fisiológica de material de construção, caracterizando crime eleitoral. Nunca tive empregos graciosos para simular ocupação", afirmou Teixeira na carta, insinuando que o presidenciável já tenha cometido tais irregularidades.
Desde o início da disputa eleitoral, quando o deputado federal foi escolhido para coordenar a campanha de Juraci, Ciro o critica, acusando-o de enriquecimento ilícito. A carta publicada ontem foi uma resposta a essas denúncias.
"É muito estranho. De repente, uma pessoa que não tinha nada aparece com um hotel, não só um, mas dois hotéis, prédios", afirmou Ciro em entrevista, referindo-se a Teixeira.
Como o objetivo principal da troca de acusações entre os coordenadores das campanhas é desgastar os candidatos, na carta do deputado federal não faltaram críticas a Patrícia Gomes, deputada estadual e ex-mulher de Ciro.
"O que pretende Ciro Gomes com suas agressões é de uma lógica infantil. Ciente da falta de substância de sua ex-mulher junto à população de Fortaleza e acreditando que a pancadaria verbal pode atrair o eleitorado para sua campanha fracassada, ele botou o bloco na rua", diz o texto.
"À exposição da fragilidade de uma senhora usada pelo ex-marido, o povo de Fortaleza responderá nas urnas em 1º de outubro." Ciro não quis comentar a carta-resposta de Marcelo Teixeira publicada ontem.
O candidato Juraci Magalhães também já havia sofrido ataques. Ciro questionou as licitações vencidas pela empreiteira do próprio filho do prefeito para a construção de quatro viadutos na cidade.
De acordo com uma pesquisa do Datafolha, Patrícia ocupa o primeiro lugar na disputa eleitoral, com 36% dos votos. Juraci é o segundo, com 22%.
Ciro Gomes deixou de lado, momentaneamente, a corrida pela Presidência da República para se dedicar, quase exclusivamente, à coordenação da campanha da ex-mulher.
Há 20 dias, o pivô de outra briga com Ciro foi o senador tucano Sérgio Machado.
Ele é contra o apoio do PSDB à candidatura de Patrícia e decidiu se distanciar do partido na campanha em Fortaleza.


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