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CRISE
PMDB promete ofensiva contra dissidentes da coligação
Tuma afirma que boatos afastam doadores e exigem compra a prazo
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Romeu Tuma (PFL)
disse ontem à Folha que está enfrentando problemas de caixa em
sua campanha devido aos boatos
de que renunciará à candidatura à
Prefeitura de São Paulo. O senador foi o candidato que fez a
maior previsão de gastos para a
campanha -R$ 10 milhões, segundo documentos do TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
"Estou comprando tudo a prazo. Porque com essa onda toda aí
a turma fica em dúvida se eu vou
ser candidato ou não. Então eu tenho uma dificuldade inicial de
conseguir ajuda", afirmou Tuma.
O senador disse que ele é o único encarregado de pedir as doações, mas não deu detalhes sobre
as recusas que vem enfrentando.
De acordo com ele, as compras
a prazo são o maior motivo da
presença de um de seus filhos, o
deputado federal Robson Tuma,
na organização da campanha.
"O Robson é uma espécie de gerente da campanha. Ele está comprando a prazo porque só aceitam
a minha assinatura ou a do meu
filho. Do partido ninguém quer,
porque é difícil cobrar no futuro.
E eu não posso ficar tratando disso. Não posso ficar sentado o dia
inteiro", disse Tuma.
Os boatos de que o senador
abrirá mão da candidatura devido a seu estado de saúde aumentaram depois que o nome dele e
de Robson Tuma foram envolvidos com o do ex-juiz foragido Nicolau dos Santos Neto, acusado
de desviar verbas da construção
do prédio do TRT paulista.
Tuma nega a renúncia e o envolvimento com o ex-juiz, mas há
até pefelistas que duvidam que ele
resista. A incerteza movimentou
nos últimos dias líderes e bases do
PMDB (partido coligado), que
chegaram a negociar apoio com
adversários do senador.
Na edição de ontem, a Folha informou que, dos 41 zonais do
PMDB, 26 negociam com Luiza
Erundina (PSB) e 12 conversam
com o ex-presidente Fernando
Collor de Mello (PRTB).
O comando do partido reagiu.
Ontem, o presidente do diretório
municipal do PMDB, vereador
Milton Leite, ameaçou os filiados
que não apoiarem Romeu Tuma.
Os pré-candidatos a Câmara Municipal terão a legenda cassada.
Os presidentes de diretórios zonais serão destituídos.
"Estou amparado pelo estatuto
para intervir. Não pode haver
desrespeito a decisão da convenção", disse o vereador.
A posição de Leite é encarada
no PMDB como uma resposta ao
pedido feito anteontem por Tuma
aos vereadores da bancada. Em
um jantar, o senador solicitou aos
parlamentares que intervenham
junto aos diretórios zonais de
seus redutos eleitorais e impeçam
que os cabos eleitorais deixem a
coligação com o PFL.
Ontem mesmo o diretório municipal encaminhou uma declaração de apoio a Tuma aos zonais,
que deve ser assinada pelos presidentes dos diretórios.
No sábado, eles estão convocados para um churrasco com o senador no comitê central da campanha, no Ibirapuera.
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