São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000


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CRISE
PMDB promete ofensiva contra dissidentes da coligação
Tuma afirma que boatos afastam doadores e exigem compra a prazo


SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Romeu Tuma (PFL) disse ontem à Folha que está enfrentando problemas de caixa em sua campanha devido aos boatos de que renunciará à candidatura à Prefeitura de São Paulo. O senador foi o candidato que fez a maior previsão de gastos para a campanha -R$ 10 milhões, segundo documentos do TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
"Estou comprando tudo a prazo. Porque com essa onda toda aí a turma fica em dúvida se eu vou ser candidato ou não. Então eu tenho uma dificuldade inicial de conseguir ajuda", afirmou Tuma.
O senador disse que ele é o único encarregado de pedir as doações, mas não deu detalhes sobre as recusas que vem enfrentando.
De acordo com ele, as compras a prazo são o maior motivo da presença de um de seus filhos, o deputado federal Robson Tuma, na organização da campanha.
"O Robson é uma espécie de gerente da campanha. Ele está comprando a prazo porque só aceitam a minha assinatura ou a do meu filho. Do partido ninguém quer, porque é difícil cobrar no futuro. E eu não posso ficar tratando disso. Não posso ficar sentado o dia inteiro", disse Tuma.
Os boatos de que o senador abrirá mão da candidatura devido a seu estado de saúde aumentaram depois que o nome dele e de Robson Tuma foram envolvidos com o do ex-juiz foragido Nicolau dos Santos Neto, acusado de desviar verbas da construção do prédio do TRT paulista.
Tuma nega a renúncia e o envolvimento com o ex-juiz, mas há até pefelistas que duvidam que ele resista. A incerteza movimentou nos últimos dias líderes e bases do PMDB (partido coligado), que chegaram a negociar apoio com adversários do senador.
Na edição de ontem, a Folha informou que, dos 41 zonais do PMDB, 26 negociam com Luiza Erundina (PSB) e 12 conversam com o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB).
O comando do partido reagiu. Ontem, o presidente do diretório municipal do PMDB, vereador Milton Leite, ameaçou os filiados que não apoiarem Romeu Tuma. Os pré-candidatos a Câmara Municipal terão a legenda cassada. Os presidentes de diretórios zonais serão destituídos.
"Estou amparado pelo estatuto para intervir. Não pode haver desrespeito a decisão da convenção", disse o vereador.
A posição de Leite é encarada no PMDB como uma resposta ao pedido feito anteontem por Tuma aos vereadores da bancada. Em um jantar, o senador solicitou aos parlamentares que intervenham junto aos diretórios zonais de seus redutos eleitorais e impeçam que os cabos eleitorais deixem a coligação com o PFL.
Ontem mesmo o diretório municipal encaminhou uma declaração de apoio a Tuma aos zonais, que deve ser assinada pelos presidentes dos diretórios.
No sábado, eles estão convocados para um churrasco com o senador no comitê central da campanha, no Ibirapuera.


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