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PMDB defende mudanças na reforma fiscal
DO ENVIADO A BRASÍLIA
Insatisfeita com o Palácio do
Planalto na condução das mudanças na reforma da Previdência, parte da base parlamentar governista na Câmara
dos Deputados já encampou a
defesa de pontos da reforma
tributária que contrariam as diretrizes do Ministério da Fazenda e vão ao encontro das
reivindicações dos Estados.
O PMDB, maior partido da
base depois do PT, com 70 deputados, defende pontos a serem acrescentados ao relatório
da reforma tributária.
Entre eles estão a repartição
da Cide (Contribuição sobre
Intervenção no Domínio Econômico) e da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) com Estados e municípios, a criação
de um fundo de compensação
para o Norte e o Nordeste, e a
liberação de 15% dos orçamentos dos Estados dessas regiões e
do Centro-Oeste para a concessão de incentivos fiscais.
Pelo menos duas das propostas do PMDB, a partilha da
contribuições e a criação dos
fundos de compensação, também devem contar com o
apoio de outros partidos.
"Se a CPMF se tornar um imposto permanente, como propõe o governo, eu acho razoável uma partilha", afirmou o líder do PMDB na Câmara, deputado Eunício Oliveira (CE).
O líder do PP, deputado federal Pedro Henry (MT), também defende a partilha dos tributos como forma de o governo atender a outro pedido dos
Estados, a desvinculação de
20% de seus orçamentos.
"Se a arrecadação estadual
aumentar, é possível liberar
gastos sem ferir os investimentos em saúde e educação", afirmou Pedro Henry.
Guerra fiscal
Os pontos mais polêmicos até
agora são a liberdade para que
os Estados das regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste concedam incentivos fiscais para
atrair empresas e a flexibilização das receitas orçamentárias.
O fim da "guerra fiscal", nas
palavras do relator da reforma
tributária na Câmara, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), é a "coluna cervical" da
proposta, que prevê a unificação das alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Guimarães não está disposto
a incluir em seu texto a autorização para que alguns Estados
concedam incentivos para a
instalação de empresas.
Quanto à flexibilização, o relator busca uma forma de atender à reivindicação dos governadores, mas sem derrubar a
obrigatoriedade dos investimentos em educação (25% do
orçamento) e saúde (12%).
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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