São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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PAINEL

Companheiro rifado
Se depender de FHC para ganhar a eleição, Covas está perdido. No 1º turno, o presidente não deve vir a São Paulo na condição de candidato. Mas só como presidente. Euclides Scalco havia dito, e tucanos paulistas acreditaram, que FHC subiria no palanque do governador.

Presença só oficial
FHC virá a São Paulo no domingo, a convite da Força Sindical e na condição de presidente. O protocolo será o do Planalto. Ou seja: candidatos como Covas e Maluf estão excluídos do ato.

Breque no oportunismo
De José Aníbal (PSDB-SP), sobre articulação para se debater o parlamentarismo em 99: "Se nós avançarmos na reforma política, pode até ser. Mas, se associarmos a um 3º mandato (para FHC), a tese será queimada. Até porque temos que trabalhar para que haja um 2º mandato".

Retórica macarthista
De José Graziano, assessor de Lula, sobre o marketing tucano preparar peça relacionando o PT a uma melancia, verde por fora e vermelho por dentro: "É a prova de que FHC se rendeu à direita. Em 82, já usavam isso. É contradição para quem fala em elevar nível do debate".

Bola fora
Pergunta do porta-voz Sergio Amaral para agradar Peter Mandelson, ministro do premiê britânico, Tony Blair: "A "Terceira Via' é ser prudente na economia e criativo na área social?". Mandelson foi rápido no gatilho: "É. Mas é mais que isso".

Virada de século
A Campanha da Fraternidade de 2000, cujo tema será "Dignidade Social", deixará de ser exclusividade da Igreja Católica. Será uma iniciativa ecumênica, a primeira sob a responsabilidade do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil.

Contra o relógio
O programa de FHC atrasou porque só domingo fica pronta a prestação de contas do mandato. Dos 23 cadernos, 6 estão concluídos: Saúde, Comunicação, Turismo, Política Industrial, Meio Ambiente e Esportes.

No país das maravilhas
Bispos da CNBB convidaram Gustavo Franco para um simpósio sobre a dívida externa. A reação do presidente do Banco Central os emudeceu: "Mas que dívida externa? Não existe mais dívida externa no Brasil!".

Uso da máquina
Na reunião de aliados anteontem no Alvorada, concluiu-se que o caso Serra (que pegou um avião da Cesp e foi a ato tucano) deve ser evitado. FHC desaprovou, veladamente, a atitude.

Indiana Jones
O TRE-SP atribui aos próprios partidos a suposta lentidão de que acusam os tribunais eleitorais. Exemplo: mais de metade das fotos de candidatos para a urna eletrônica estão fora do padrão exigido pela lei. Há retratos de políticos até de chapéu.

Congestionamento legal
Em São Paulo, onde há cerca de 2.100 candidatos inscritos para as eleições de outubro, o TRE recebeu 1.212 pedidos de impugnação em apenas dois dias: sábado e domingo. O prazo para novos processos ainda está aberto.

Visita à Folha
Visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço: Oded Grajew, diretor-presidente da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, Guilherme Peirão Leal, presidente-executivo da Natura Cosméticos S/A, Eduardo Capobianco, diretor administrativo da Construcap CCPS Engenharia Comércio S/A, Emerson Kapaz, sócio-gerente da Elka Plásticos, Jorge Luiz Numa Abrahão, diretor comercial da Basic Engenharia Ltda., Maria Cristina Nascimento, sócia da Performance Recursos Humanos e Assessoria Empresarial Ltda., e Sérgio Mindlin, consultor de empresas, todos membros do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO

Do economista Paulo Nogueira Batista Jr., sobre o diretor de Assuntos Fiscais do FMI, Vito Tanzi, ter sugerido ao Brasil que faça ajuste econômico após outubro, caso não seja possível fazê-lo antes por motivo eleitoral:
- É curioso. Normalmente, o FMI não relaciona recomendações de política econômica a ciclos eleitorais. Isso pode ser interpretado como endosso a medidas eleitorais ou eleitoreiras. No fundo, a mensagem é "vocês não podem fazer nada agora porque têm que reeleger o homem, mas façam algo depois, pelo amor de Deus".

CONTRAPONTO

Saia justa
Convidado para a reunião do conselho político da campanha de FHC, o ex-senador Jarbas Passarinho (PPB-PA) foi barrado na entrada do Palácio da Alvorada, domingo à noite.
Como tem catarata, Passarinho não dirige à noite. Por isso, pediu para um amigo levá-lo à reunião. A segurança implicou com o amigo, cujo nome não estava na relação de convidados.
Passarinho, ex-ministro de quatro governos (Costa e Silva, Médici, Figueiredo e Collor), que, pelas próprias contas, já esteve mais de duzentas vezes no Alvorada, não se afobou:
- Eu não discuto com guarda. Discuto com o comandante do guarda. Como o comandante não está, vou embora.
Passarinho acabou entrando e relatou o fato a FHC. O presidente deu uma gargalhada, mas tratou de esclarecer que não havia nenhuma discriminação:
- Também já barraram o Euclides Scalco (tucano coordenador político do comitê eleitoral).



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