São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO
Candidato socialista à segunda suplência da vaga de senador na chapa do PDT se recusa a fazer campanha
PSB diverge sobre apoio a Francisco Rossi

da Folha Ribeirão

O apoio do PSB à candidatura Francisco Rossi (PDT) em São Paulo não é unânime e pode rachar a coligação que disputa o governo estadual.
Algumas das principais figuras do PSB paulista estão criticando a candidatura Rossi.
Ontem, o segundo suplente de senador na chapa de Francisco Rossi, Leopoldo Paulino (PSB), colocou o cargo à disposição de seu partido e disse que não irá votar no pedetista.
Segundo Paulino, Rossi vem defendendo medidas "que nada têm a ver com o socialismo".
De acordo com a coligação homologada na convenção do mês passado, a vaga ao Senado pertence ao deputado federal Almino Affonso (PSB). A primeira suplência foi indicada pelo PDT.
No primeiro semestre, Paulino chegou ser cotado para ser vice de Rossi, mas desistiu. "Não vou incluir o nome dele (Rossi) em material de campanha, muito menos votar nele. Já comuniquei o Almino da minha decisão e coloquei meu cargo à disposição se isso causar qualquer tipo de constrangimento", disse.
Segundo Paulino, Rossi vem defendendo subsídios à produção de álcool e adotando posição privatista, contrária ao posicionamento de Leonel Brizola, candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.
Paulino já marcou uma uma reunião com o diretório do partido em Ribeirão para definir sua posição em relação à coligação.
A primeira vice-presidente da Executiva Nacional do PSB, Luiza Erundina, afirmou que compreende a decisão de Paulino, já que também não irá fazer campanha para o pedetista.
"Não estou questionando a aliança com o PDT, mas não tenho vontade nem disposição para fazer a campanha dele", disse Erundina, ex-prefeita paulistana pelo PT.
Erundina se manifestou contrária à aliança entre o PDT e PSB por causa da trajetória política de Rossi. "Ele pertenceu à Arena (Aliança Renovadora Nacional) e apoiou o Fernando Collor. Ele não tem nada a ver com o socialismo."
Ela, no entanto, não acredita que a decisão dela e de Paulino provoque uma crise na coligação. "Respeitamos a posição da maioria do nosso partido".
De acordo com a assessoria de Rossi, o pedetista não iria se pronunciar ontem sobre o assunto. A Folha também tentou falar com Affonso, sem sucesso.
Ele deverá se reunir com Paulino ainda nesta semana.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.