|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IMPRENSA
Ministro afirmou que não há articulação entre Fenaj e governo para negociar a retirada do texto que cria o conselho
Projeto do CFJ vai ao Congresso, diz Berzoini
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Ricardo Berzoini
(Trabalho) informou ontem que
não foi procurado por representantes da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) para negociar
a retirada do projeto de lei que
cria o CFJ (Conselho Federal de
Jornalismo). "Não tive nenhuma
conversa com a Fenaj porque não
fui solicitado. Caso a Fenaj solicite, terei toda a liberdade e tranqüilidade para recebê-los", disse.
Berzoini declarou não conhecer
nenhuma articulação entre a Fenaj e o governo para a retirada do
projeto. "Desconheço qualquer
entendimento nesse sentido",
afirmou o ministro.
"O presidente é quem tem que
tomar qualquer decisão. Não vejo
qualquer movimento para a retirada. Até porque, é um projeto de
lei, e o Congresso tem a prerrogativa de debatê-lo, modificá-lo,
aprová-lo ou não."
Segundo o projeto, o CFJ irá, entre outras coisas, "orientar, disciplinar e fiscalizar" o exercício da
profissão e a atividade jornalística. O governo afirma que o envio
ao Congresso não visa encontrar
formas legais para controlar a
ação dos jornalistas, e sim atender
a uma antiga reivindicação da
própria categoria.
Mesmo após fazer críticas ao
modelo atual de sindicatos, que,
segundo o ministro, são "cartoriais", atuam em um sistema de
"reserva de mercado" e "inadequados para a democracia", Berzoini legitimou o projeto que cria
o conselho pelo fato de ele ter sido
apresentado pela Fenaj.
"Não há nada de antidemocrático em um projeto de lei que atende a uma reivindicação de uma federação nacional de uma categoria", disse o ministro.
"Eu defendo a mais ampla liberdade de expressão, inclusive a liberdade para que categorias profissionais possam discutir quais
são os procedimentos éticos no
exercício da sua profissão", afirmou Berzoini.
Anteontem, o presidente da
ANJ (Associação Nacional dos
Jornais), Francisco Mesquista Neto, criticou o projeto de lei que
propõe a criação do Conselho Federal de Jornalismo.
Segundo Mesquista Neto, os
conselhos de jornalismo são, "na
prática, tribunais espúrios e corporativistas, com poderes para
impedir jornalistas de exercer sua
profissão e para suspender veículos de comunicação".
Texto Anterior: Partidos: PPS suspende João Herrmann e Patrícia Saboya Próximo Texto: Secretário de Lula defende "limites" para jornalistas Índice
|