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OUTRO LADO
Doleiros dizem atuar legalmente
DA REPORTAGEM LOCAL
Os doleiros brasileiros Alberto
Youssef e Sílvio Roberto Anspach
afirmaram, em diferentes oportunidades no ano passado, que
atuaram legalmente no mercado
de câmbio e que não são os responsáveis por envio ilegal de dinheiro para o exterior.
Os outros doleiros que movimentaram recursos no MTB
Bank não foram localizados para
falar sobre o assunto.
Em entrevista à Folha em fevereiro de 2003, Anspach, que mora
nos EUA desde 1995, afirmou que
não é mais procurador da Courchevel Investments e que fica "incomodado" ao ver seu nome associado a lavagem de dinheiro supostamente proveniente do tráfico de drogas e do contrabando de
armas. "Doleiro sério não trabalha com tráfico de drogas, não trabalha com traficante de armas.
Escolhe a clientela", disse.
Youssef, também em entrevista
à Folha em fevereiro do ano passado, negou controlar contas de
laranjas. "Estão me usando como
Cristo", declarou à época. O doleiro foi condenado a sete anos de
prisão, em regime semi-aberto,
por envio ilegal de dinheiro para o
exterior. Por ser réu colaborador,
as ações relacionadas ao envio de
divisas para o exterior do caso Banestado poderão ser arquivadas.
A reportagem procurou os demais doleiros relacionados a movimentações para o exterior por
meio do MTB Bank. Na antiga sede da empresa Suntur Câmbio e
Turismo, em São José dos Campos (SP), funcionários disseram
que não poderiam localizar o doleiro Sandor Paes de Figueiredo.
No telefone registrado como de
Charles Moghrabi, um homem
que se identificou como Roberto
afirmou que o doleiro não vive
mais no Brasil. No último dia 13,
afirmou que iria procurá-lo e retransmitir o recado da reportagem. Na última segunda, disse
que ele continuava no exterior.
Na casa e no sítio de Dani Zalcberg, em São Paulo, informaram
que o doleiro está no exterior.
O doleiro Samuel Semtob Sequerra também não foi encontrado. Ele foi procurado pela reportagem dias antes de ser preso pela
Polícia Federal na Operação Farol
da Colina. Na casa dele, disseram
que havia levado o cachorro no
veterinário. No escritório, disseram que Sequerra havia viajado
para fora do Brasil.
A assessoria do ex-prefeito de
São Paulo Celso Pitta disse que
"nunca viu nem conhece" os doleiros Youssef e Moghrabi e que as
afirmações do primeiro sobre Pitta "são inverídicas".
(RV E LC)
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