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Lula critica "jogo
rasteiro" e diz que
a verdade vencerá
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou ontem
que seu governo é vítima de
leviandades e de jogo rasteiro. A declaração ocorre um
dia após a crise política atingir um dos principais pilares
de sua gestão, o ministro da
Fazenda Antonio Palocci.
A afirmação foi feita em
Cidade Tiradentes, bairro do
extremo leste de São Paulo,
onde inaugurou uma fábrica
de bolas e camisetas e um
projeto de esportes voltado a
crianças carentes, ambos
apoiados pelo Ministério do
Esporte. "Sei da quantidade
de leviandades e do jogo rasteiro que está sendo feito
neste país", disse Lula ao público -cerca de 400 pessoas,
muitas militantes de movimentos sociais e de aliados,
como o PC do B. Citando sua
mãe, o presidente disse ainda que "a verdade vencerá".
"Não sei quantos brasileiros podem dormir com o sono dos justos. Eu durmo, como quem sabe o que esse
país precisa", disse Lula, citando a preocupação de seu
governo com o povo pobre
"neste momento histérico".
O presidente também elencou uma série de realizações
nas áreas da educação e da
agricultura familiar e sugeriu que os ataques do qual é
alvo seriam motivados pela
sua política de empregos.
Segundo Lula, seu governo
cria uma média de 12 vezes
mais empregos do que o de
Fernando Henrique Cardoso. Lula ainda comparou números de investimento do
governo nos planos de safra,
que segundo ele é três vezes
maior na atual gestão.
Na platéia, o público gritava o seu nome e criticava os
tucanos. "Ô Lula, estou com
você, não quero mais FHC."
Os militantes do PC do B levaram uma série de placas
com as inscrições "Fica Lula,
pela reforma agrária", "Fica
Lula, contra a privatização"
e "Fica Lula, contra a Alca".
Também cantaram "Ô Folha, eu não me engano, você
está a serviço dos tucanos".
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), disse não saber
exatamente a quem Lula se
referia ao falar de leviandade
e jogo rasteiro: "O presidente sempre tem mais informação do que a gente".
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