São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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OUTRO LADO

Mentor afirma ter feito "estratégia de investigação"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Procurado ao longo de toda a semana passada, o relator da CPI do Banestado, José Mentor (PT-SP), chegou a marcar uma entrevista com a Folha para as 16h da última quinta-feira, em seu gabinete na Câmara, para falar sobre sua atuação na comissão, mas sua assessoria desmarcou-a, sob alegação de conflitos na agenda.
Na mesma quinta-feira, a assessoria informou que Mentor voltaria a manter contato para remarcar a entrevista, mas isso não havia ocorrido até a noite da última sexta-feira.
Mentor alegou em outras oportunidades, quando questionado sobre seu comportamento na CPI, que tinha uma "estratégia de investigação" e não "pinçava nomes". Afirmou, em cartas enviadas à imprensa, que sua investigação iria até o fim, mas não cometeria injustiças.
Durante o debate sobre a convocação do doleiro Toninho da Barcelona, em sessão da CPI, Mentor voltou a dizer: "A relatoria tem uma linha de investigação e uma proposta de cronograma e ficaria numa situação realmente delicada e não produtiva se Vossa Excelência [senador Antero Paes de Barros, presidente da CPI do Banestado] entender de forma diferente ou propuser outro encaminhamento".
Sobre os dois cheques de R$ 60 mil emitidos por Rogério Tolentino, sócio e advogado do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, o deputado federal divulgou uma nota, à época da revelação, na qual afirmou que os pagamentos eram relacionados à prestação de serviços de consultoria advocatícia.
Antônio Celso Cipriani, ex-presidente da Transbrasil, enviou uma longa carta à CPI, na qual se defendeu das acusações de supostas irregularidades e acusou ser vítima de uma concorrência desleal.
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, negou, em diferentes oportunidades ao longo de 2004, ter realizados operações financeiras irregulares no exterior. Paulo Maluf, em diversas cartas desde 2002, afirmou não movimentar ou manter recursos no exterior. O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, pediu para ser ouvido pela CPI dos Correios e negocia uma delação premiada com o Ministério Público Federal.
À época da divulgação das operações detectadas pela CPI do Banestado, o empresário de Santo André Ronan Maria Pinto afirmou, por meio de carta divulgada pela sua assessoria de imprensa, que não pode ser responsabilizado pelas operações financeiras realizadas no Uruguai pela empresa Roanoake, antiga sócia sua numa empresa de transporte coletivo de Cuiabá (MT).
O publicitário de Lula em 2002, Duda Mendonça, negou na semana passada, por meio de sua assessoria jurídica, que tenha realizado operações irregulares ou recebido recursos de doleiros no esquema do MTB Bank de Nova York.
A assessoria do Banco Rural informou, a respeito dos empréstimos contratados pelo PT e pelo empresário de publicidade Marcos Valério Fernandes de Souza, que as operações seguiram as leis do mercado. (RV)


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