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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ NOVAS CONEXÕES
Para comprovar acusações feitas por doleiro, parlamentares vão pedir à Polícia Federal computadores apreendidos em sua casa de câmbio
CPI vai investigar supostas transações em dólares do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Correios vai pedir à
Polícia Federal os computadores
apreendidos na casa de câmbio
do doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona,
para checar se há registro de trocas quase diárias de altas quantias
em dólar feitas pelo PT em 2002.
Parlamentares da comissão
querem verificar se há veracidade
nos relatos feitos pelo doleiro, que
está preso em São Paulo, a uma
grupo de integrantes da CPI na última terça e à revista "Veja", na
edição desta semana. Toninho diz
na entrevista que o PT possuía
uma conta clandestina no exterior operada pelo Trade Link
Bank, uma offshore (empresa em
que os sócios não são identificados) vinculada ao Banco Rural.
Quando o PT precisava de dinheiro, ainda segundo Toninho,
recorria ao doleiro Dario Messer,
que recebia os dólares petistas em
uma offshore no Panamá e depositava a mesma quantia no Brasil,
em reais, no Rural, em uma operação de compensação paralela.
Toninho disse que, na campanha de 2002, o partido trocava
quase diariamente quantias entre
US$ 30 mil e US$ 50 mil, em espécie, na sua casa de câmbio. O dinheiro seria levado ao gabinete do
então vereador e hoje deputado
Devanir Ribeiro (SP). À "Veja",
Ribeiro negou envolvimento nas
transações. Também teriam sido
feitos depósitos na conta do PT. A
CPI já pediu, segundo Gustavo
Fruet (PSDB-PR), informações ao
Banco do Brasil sobre uma nova
conta que pertenceria ao PT.
As mais recentes declarações do
doleiro deram força à oposição
para pedir novamente sua convocação à CPI para explicar remessas para o exterior de dinheiro de
caixa dois de partidos. O foco é
identificar a origem dos recursos.
A base aliada barrou a convocação de Toninho alegando que ele
não apresentou provas das acusações que fez em depoimento em
São Paulo. Segundo eles, o doleiro
quer negociar delação premiada
para reduzir sua pena de 25 anos.
O próprio relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), está
de acordo que Toninho deve ser
ouvido novamente em Brasília,
mas acha mais prudente que ele
seja tomado em sessão fechada.
O líder do PSDB, Alberto Goldman, defendeu que a CPI fizesse
uma manifestação de apoio a um
acordo de delação premiada com
Toninho. Serraglio apóia a proposta de Goldman. Para acelerar o
rastreamento dos recursos, Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) sugeriu a contratação de uma
empresa britânica, alegando que a
cooperação dos EUA, negociada
pelo Ministério da Justiça, vai demorar para dar resultados.
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