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Com Lula, audiência da Agência Brasil cresce 44%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma reformulação na agência
oficial de notícias do governo, a
Agência Brasil, fez com que a audiência do site na internet dessa
empresa estatal aumentasse 44%
neste ano -de 4,8 milhões de páginas vistas em janeiro para 6,9
milhões no mês passado.
A gestão petista fez com que o
comportamento da Agência Brasil mimetizasse a operação de
uma agência privada: pela manhã, um cardápio de pautas (lista
de assuntos) é enviado para 2.291
veículos de comunicação e jornalistas de todo o Brasil que se cadastraram gratuitamente para receber o boletim.
O número de cadastrados é do
início da semana passada. E aumenta a cada dia.
No meio da tarde, esse grupo de
"assinantes" recebe uma atualização do que foi de fato produzido.
Até o início da noite, chegam as
notícias apuradas pela empresa
oficial. O serviço oferece, sem custo, textos e fotos, que podem ser
usados por qualquer pessoa ou
veículo de comunicação com
acesso à internet.
Além da cobertura sobre política e economia, são oferecidos textos sobre cultura, esportes, temas
internacionais, ciência e tecnologia e meio ambiente.
No momento, a Radiobrás, que
controla a Agência Brasil, prepara
um sistema para acompanhar o
que de fato está sendo publicado
pelos jornais e revistas do país. A
prioridade são os veículos regionais de comunicação.
Não há números precisos, mas a
Folha apurou que os órgãos do
Poder Executivo já confiam mais
na sua própria agência oficial para
obter notícias sobre o que ocorre
em Brasília.
Depois da posse do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, segundo
dados não-oficiais, foram cortadas cerca de 30% das assinaturas
de serviços noticiosos oferecidos
por empresas privadas de comunicação.
Para suprir a demanda, o site da
Agência Brasil (www.agenciabrasil.gov.br) costuma agora trazer
uma ampla cobertura dos partidos de oposição.
"Oposição quer mudar reforma
e trabalho para aprovar projeto
no Senado pode ser maior" era o
título de um longo texto divulgado neste mês sobre as dificuldades do presidente Lula para conseguir aprovar a reforma da Previdência.
Na sexta-feira, uma das manchetes do site era sobre o fato de o
Brasil ser um dos países mais mal
colocados nas estatísticas de acidentes de trânsito.
Em 12 de junho, a Agência Brasil
anunciou uma falha: "A Agência
Brasil errou na quarta-feira na cobertura do protesto organizado
pela CUT e por outras entidades
contra o projeto de reforma da
Previdência".
Autonomia
Segundo o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, 44, a idéia
central é fazer a Agência Brasil
buscar a produção de um noticiário "objetivo". Ele diz ter autonomia para operar essa mudança na
empresa.
Além da Agência Brasil, a Radiobrás tem quatro emissoras de
rádio (Nacional AM e FM de Brasília, Nacional em ondas curtas e
Nacional AM do Rio) e duas
emissoras de TV (NBR, de Brasília, que retransmite a programação do Poder Executivo, mas apenas para quem tem TV a cabo, e
TV Nacional de Brasília).
Com um orçamento de R$ 92
milhões (que, contingenciados,
caíram para R$ 79 milhões) e 1.151
funcionários, a Radiobrás atual
tem uma estrutura quase idêntica
à do governo FHC (havia 1.147
funcionários).
No que diz respeito à produção
de notícias, em agosto a Agência
Brasil divulgou 8.253 textos. Em
janeiro, o número havia sido de
9.387. "Estamos racionalizando e
priorizando mais qualidade do
que quantidade", diz Bucci.
Os programas de rádio produzidos pela Radiobrás são retransmitidos espontaneamente por 188
emissoras no país. Essas rádios fazem parte de uma lista de 700,
mas nem todas estariam com o
cadastro atualizado.
"Estamos localizando uma a
uma para saber exatamente quem
reproduz nossos programas",
afirma Bucci.
A expectativa é conseguir estabelecer contato com todas as 700
emissoras ainda neste ano.
(FR)
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