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Categoria critica fim de grupo sobre crime organizado
DA REPORTAGEM LOCAL
A extinção do Gaeld (Grupo de Atuação Especial no
Combate à Lavagem de Dinheiro), determinada pelo
procurador-geral Cláudio
Fonteles, interrompeu a primeira tentativa do MPF de
instituir um banco de dados
nacional e um sistema de
apoio a todas as procuradorias da República no combate ao crime organizado.
O grupo foi criado por
portaria de Geraldo Brindeiro, no início do ano, e tinha
instalações na Procuradoria
Geral da República, em Brasília. Sua criação gerou ciúmes na cúpula do MPF.
"Não se pode afirmar a
"ausência de resultados práticos" como fundamento para a extinção da única e pioneira estrutura concreta e especializada de trabalho que
estava se desenvolvendo",
dizem, em ofício a Fonteles,
os procuradores Janice Ascari (SP), Bruno Acioli (RJ),
Celso Três (SC), Denise Abade (SP), Guilherme Schelb
(DF), Pedro Taques (MT),
Pedro Barbosa (SP) e Wellington Saraiva (PE).
A criação do grupo, que
era coordenado pela procuradora Janice Ascari, fora
proposta e aprovada por
unanimidade no Encontro
Nacional dos Procuradores
da República, em 2001, em
Manaus: "Pela especificidade e natureza desse novo trabalho, assemelhado à inteligência financeira e, por isso,
meticuloso, detalhado e necessariamente discreto, o
grupo deverá ser formado
no máximo por dez membros do MPF, de qualquer
unidade da federação e independentemente da instância
em que atuam".
Previa-se que o Gaeld seria
um grupo de apoio, sem excluir os procuradores que
estivessem à frente das investigações, como a força-tarefa que cuida do Banestado. Membros do MPF de todo o país haviam enviado
cópias de denúncias já oferecidas e o resumo de investigações em andamento. Para
evitar a prescrição de ações
penais, o grupo obtivera o
rol de 2.704 processos no
Banco Central.
O Gaeld articulara treinamento específico de procuradores e servidores do MPF
com o Ciex, a Abin e o Exército e a integração de dados
da Receita Federal, Detran,
Polícia Federal e órgãos da
comunidade de inteligência.
"Todos os órgãos da administração, há muito tempo,
estão se preparando para o
combate à lavagem de dinheiro, menos o MPF", dizem os signatários. "Precisamos profissionalizar nossa
atividade de investigação,
até agora realizada amadoristicamente e entregue ao
batalhão de generalistas que
somos, apesar da enorme
competência e boa vontade
da maioria dos colegas".
(FV)
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