São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ ELEIÇÕES DO PT

Para o candidato da Articulação de Esquerda, se houver unidade, o próximo presidente do PT não será do Campo Majoritário

Pomar e Pont disputam vaga no 2º turno

CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ultrapassada a apuração de 90% dos votos, a corrida pela vaga no segundo turno das eleições internas petistas embolou. Os candidatos Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e Raul Pont, da Democracia Socialista, apareciam com maior chance de enfrentar Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, na seqüência da disputa.
"Não há possibilidade de prever quem vai para o segundo turno", dizia o boletim divulgado à noite pela direção nacional do partido.
Pomar mantinha a cautela, já que a maioria dos Estados onde é forte já tinha apurações em estágio avançado. Integrantes da Democracia Socialista viam a vitória de Pont como certa e chegaram até a comemorar. Eles apostavam que reverteriam o quadro com votos de Minas Gerais, Bahia e Ceará, onde a apuração ainda estava na metade.
A parcial das 19h de ontem apontava Berzoini na frente, com 42,4% (107.897 votos), Pomar em segundo, com 15,4% (39.338 votos), e Pont em terceiro, com 14,5% (36.866 votos). Logo em seguida apareciam Plínio de Arruda Sampaio, da Ação Popular Socialista, com 13% dos votos válidos, e Maria do Rosário, do Movimento PT, com 12,6%. Os candidatos de correntes ultra-radicais Markus Sokol e Gegê tinham 1,4% e 0,7% dos votos, respectivamente.
Haviam sido contabilizados, até então, 271.611 votos, de uma estimativa total de 295 mil votantes (o PT tem 820 mil filiados). O quórum médio de comparecimento às urnas na eleição do último domingo em 2.824 cidades é superior a 40%, fato visto como uma vitória por dirigentes do partido.
"Com base na avaliação dos dados apresentados, e considerando os Estados que já totalizaram, temos certeza que a tendência é o Raul [Pont] ultrapassar o Valter Pomar", disse Joaquim Soriano, integrante da DS e secretário de Formação do PT. Pont se mostrava otimista, mas procurava não ser taxativo: "Nossa expectativa é que [o resultado] será favorável, mas não posso dar certeza".
"Ainda está indefinido", disse Pomar: "Fundamental é que a soma das quatro candidaturas supera Berzoini. Se houver unidade, o próximo presidente do partido não será do Campo Majoritário".
Com 250 mil votos apurados (o processamento dos votos é feito separadamente), o resultado parcial da votação nas chapas que vão compor o Diretório Nacional do PT aponta o Campo Majoritário com 43,6%, confirmando a expectativa de quebra da hegemonia do grupo no partido.


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