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Dissidentes vão definir resultado
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dissidentes do Campo Majoritário no primeiro turno das eleições petistas devem definir o resultado final da sucessão interna
do partido. Integrantes do Movimento PT, da candidata Maria do
Rosário, ainda acreditavam na
sua ida ao segundo turno ontem,
mas deixavam claro que, se não
permanecer na disputa, a corrente será "o fiel da balança" na definição do novo comando.
"Somos o centro do PT e não
abrimos mão do apoio ao governo Lula", disse Romênio Pereira,
segundo-vice-presidente do partido e integrante da corrente. ,
Outro grupo que está disposto a
conversar tanto com a chamada
esquerda petista como com o
Campo Majoritário é o Novo Rumo, formado por colaboradores
da ex-prefeita Marta Suplicy, como os ex-secretários municipais
Rui Falcão e Valdemir Garreta,
além do deputado José Mentor. A
nova corrente, que liberou o voto
de seus membros no primeiro
turno, vai se reunir na próxima
semana. No segundo turno, vai
orientar votos.
É nesse quadro que o Campo
Majoritário, de Ricardo Berzoini,
e o candidato que for ao segundo
turno terão de negociar apoios. A
promessa de cargos na composição da nova direção nacional irá
determinar alianças.
Com poucas chances de ir ao segundo turno, o candidato Plínio
de Arruda Sampaio, da Ação Popular Socialista, também não definiu se apoiará um colega. "Resolvi esperar um pouco para tomar uma decisão", disse. "Para
mim, o objetivo de minha campanha foi plenamente atingido.
Houve um forte voto de protesto
[contra o Campo Majoritário]."
Os candidatos da Democracia
Socialista, Raul Pont, e da Articulação de Esquerda, Valter Pomar,
apostam na união contra o Campo. "Se for para o segundo turno,
vou cobrar o que foi combinado",
disse Pont, referindo-se ao acordo
prévio fechado entre os candidatos de esquerda. "Ainda não conversamos, mas esperamos uma
união com o Plínio", disse o candidato da DS.
Ex-secretário da gestão Marta
Suplicy (2001-2004) e um dos responsáveis pela vitória de Pomar
em São Paulo, Jilmar Tatto afirmou ontem que manterá o apoio
à esquerda petista no segundo
turno contra Berzoini, independentemente de o candidato que
apoiou no primeiro turno continuar ou não na disputa.
"Não vou fazer leilão. Nosso voto é do Pomar ou da esquerda",
disse o ex-secretário de Marta,
que foi candidato à presidência
estadual do PT -acabou derrotado por Paulo Frateschi, do Campo
Majoritário. "Na nossa avaliação,
se mantido o Berzoini, o Campo
Majoritário vai se rearticular",
afirmou Tatto, cuja corrente, PT
de Luta e de Massas, deixou o
Campo há sete anos, segundo ele.
Tatto e seus irmãos, entre eles o
vereador de São Paulo Arselino
Tatto, têm o controle político sobre a Capela do Socorro, na zona
sul de São Paulo. O local foi alvo
de denúncias de irregularidades
na votação, formuladas principalmente pelo grupo do candidato
Plínio de Arruda Sampaio.
Tatto negou ontem ter comandado votos de cabresto. Segundo
ele, denúncias do gênero são um
"bombardeio calunioso". "Fico
triste de o Plínio agir dessa forma
leviana", afirmou.
"Se teve [voto de cabresto] não
fomos nós que fizemos. É preciso
lembrar que o PT de Luta e de
Massas é forte na Capela do Socorro."
A região controlada pelos Tatto
já virou alvo de contestação formal. Candidato derrotado à presidência do PT municipal, o deputado estadual Simão Pedro entrou
com pedido de anulação de uma
das urnas da Capela do Socorro
na qual foram computados cerca
de 600 votos. Ele alega que foram
encontradas "diferenças entre o
total de votantes com os votos
apurados para chapas zonal, municipal, estadual e nacional e para
os candidatos concorrentes aos
diretórios municipal, estadual e
nacional". Foi pedida a recontagem de votos.
"Caso sejam constatadas irregularidades, Simão Pedro pede ainda a impugnação de todas as urnas da Capela do Socorro", diz
nota divulgada ontem.
(CC)
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