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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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PT X PT

Senador apóia mudanças na reforma previdenciária

Paim diz que sai antes de ser julgado em um eventual processo no partido

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente do Senado, afirmou ontem que sairá do PT antes de ser julgado em um eventual processo de expulsão na comissão de ética do partido, caso a punição seja proposta pela Comissão Executiva Nacional por votar a favor de duas mudanças na reforma da Previdência: a criação de uma regra de transição para o novo sistema e a garantia de paridade entre o benefício dos aposentados e o salário dos servidores ativos.
"Sou homem de partido e respeito as decisões tomadas. Se o partido entender que devo ser expulso e encaminhar o caso para a comissão de ética, não vou me submeter a um constrangimento nem submeter o partido a esse constrangimento, depois de 20 anos no PT. Saio antes", disse.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou ontem que "não há a menor possibilidade" de Paim deixar o partido. Ele disse que o líder do PT e relator, Tião Viana (AC), incluiu -a pedido da bancada- na chamada "PEC (proposta de emenda constitucional) paralela" um dispositivo atendendo à questão da paridade.
Essa PEC terá as mudanças que o Senado quer fazer na reforma da Previdência, para evitar que o texto original seja alterado. Mercadante afirma que há compromisso do governo de aprová-la na Câmara dos Deputados.
Paim deixou claro que não gostaria de deixar o PT e que, na hipótese de ter de deixar a legenda, continuaria votando a favor de propostas "positivas" do governo. E mais: anunciou que vai trabalhar pela eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficando ou não no PT.
"Acredito no Lula. Acho que estamos atravessando uma tempestade e temos um bom comandante. Ele está dirigindo [o país] bem, mas, se eu não tiver alternativa, vou fazer o quê?", perguntou.
Paim apresentou 21 destaques à reforma da Previdência, mas a bancada do PT no Senado fechou questão em votar a favor do texto que veio da Câmara dos Deputados, sem alterações.
O vice-presidente do Senado disse que respeita a decisão, mas avisou aos líderes e ao presidente do partido, José Genoino, que não pode abrir mão de duas emendas.
Uma prevê uma regra de transição para beneficiar os servidores que começaram a trabalhar cedo e já estariam prestes a se aposentar pelas regras atuais. E a outra assegura aos atuais servidores os reajustes salariais concedidos aos servidores na atividade.


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