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PT X PT
Senador apóia mudanças na reforma previdenciária
Paim diz que sai antes de ser julgado em um eventual processo no partido
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Paulo Paim (PT-RS),
vice-presidente do Senado, afirmou ontem que sairá do PT antes
de ser julgado em um eventual
processo de expulsão na comissão
de ética do partido, caso a punição seja proposta pela Comissão
Executiva Nacional por votar a favor de duas mudanças na reforma
da Previdência: a criação de uma
regra de transição para o novo sistema e a garantia de paridade entre o benefício dos aposentados e
o salário dos servidores ativos.
"Sou homem de partido e respeito as decisões tomadas. Se o
partido entender que devo ser expulso e encaminhar o caso para a
comissão de ética, não vou me
submeter a um constrangimento
nem submeter o partido a esse
constrangimento, depois de 20
anos no PT. Saio antes", disse.
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou ontem que "não há a menor
possibilidade" de Paim deixar o
partido. Ele disse que o líder do
PT e relator, Tião Viana (AC), incluiu -a pedido da bancada-
na chamada "PEC (proposta de
emenda constitucional) paralela"
um dispositivo atendendo à questão da paridade.
Essa PEC terá as mudanças que
o Senado quer fazer na reforma
da Previdência, para evitar que o
texto original seja alterado. Mercadante afirma que há compromisso do governo de aprová-la na
Câmara dos Deputados.
Paim deixou claro que não gostaria de deixar o PT e que, na hipótese de ter de deixar a legenda,
continuaria votando a favor de
propostas "positivas" do governo. E mais: anunciou que vai trabalhar pela eventual reeleição do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficando ou não no PT.
"Acredito no Lula. Acho que estamos atravessando uma tempestade e temos um bom comandante. Ele está dirigindo [o país] bem,
mas, se eu não tiver alternativa,
vou fazer o quê?", perguntou.
Paim apresentou 21 destaques à
reforma da Previdência, mas a
bancada do PT no Senado fechou
questão em votar a favor do texto
que veio da Câmara dos Deputados, sem alterações.
O vice-presidente do Senado
disse que respeita a decisão, mas
avisou aos líderes e ao presidente
do partido, José Genoino, que não
pode abrir mão de duas emendas.
Uma prevê uma regra de transição para beneficiar os servidores
que começaram a trabalhar cedo
e já estariam prestes a se aposentar pelas regras atuais. E a outra
assegura aos atuais servidores os
reajustes salariais concedidos aos
servidores na atividade.
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