São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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TRANSPARÊNCIA

Brasil ocupa agora o 59º lugar em um ranking com 146 países

Corrupção não diminuiu, diz ONG

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

Pelo sétimo ano consecutivo, o Brasil não conseguiu melhorar a percepção internacional sobre a corrupção no país, segundo o Índice de Percepções de Corrupção da Transparência Internacional (TI), divulgado ontem. Neste ano, o Brasil repetiu a nota de 2003, 3,9, (numa escala de 0 a 10), mantendo a imagem de um país com alto grau de corrupção. O país ocupa a 59ª posição de um total de 146 países. No ano passado, estava em 53º, mas havia apenas 133 países.
Esse número foi calculado a partir de 11 levantamentos feitos entre 2002 e 2004 por sete instituições diferentes, entre elas a Universidade Columbia (EUA) e o Fórum Econômico Mundial. A maioria das pesquisas (oito) foi realizada já no governo Lula.
A ONG Transparência Brasil (TB) diz que a nota mantém o país entre os "que não são vistos pelos formadores de opinião internacionais como tendo empreendido medidas eficazes para reduzir as fraudes". "O índice não é apenas do governo federal, mas ele tem o papel de liderança para dar exemplo e atuar com mais vigor contra a corrupção, o que Lula tem feito timidamente, assim como Fernando Henrique Cardoso", disse o diretor-executivo da TB, Claudio Weber Abramo.
Sobre a principal iniciativa de Lula contra a corrupção, afirma: "A Controladoria Geral da União está avançando no combate à corrupção, mas tem o problema institucional de funcionar como uma corregedoria, sem ter influência nos demais Ministérios, embora isso esteja aumentando".
A culpa, no entanto, não é só do governo federal. O problema tem de ser dividido pelas esferas estadual e municipal. "O Estado de São Paulo tem um peso importante. O ICMS é reportado em nossos levantamentos como o imposto que mais tem problemas e não é responsabilidade federal".
O ministro Waldir Pires (Controle) disse ontem que a posição do Brasil não causa "surpresa": "O indiscutível aumento das ações de combate à corrupção, que é uma das marcas do governo Lula, poderia até, num primeiro momento, aumentar a noção sobre a existência da corrupção, já que as pesquisas da Transparência Internacional medem apenas a percepção sobre ela". Segundo ele, o público pesquisado é composto de empresários, advogados e banqueiros que não acompanham as ações de cada governo.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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