São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 2005

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Meredith teve 5.500 militares para protegê-lo

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos principais ícones negros americanos dos anos 1960, James Meredith esteve no centro de dois episódios cruciais na luta pelos direitos civis.
O primeiro episódio ocorreu em 1962, quando Meredith, na época um ex-oficial da Força Aérea aos 29 anos, conseguiu ser aceito na Universidade do Mississippi ao omitir sua raça durante o processo de matrícula. O governador da época, Ross Barnett, opôs-se e convocou uma forte resistência local após prometer que "nenhuma escola do Mississippi será integrada enquanto eu for o seu governador".
Para assegurar a entrada de Meredith, o presidente John Kennedy enviou 500 soldados. Na noite de de 30 de setembro, uma multidão de 3.000 pessoas, entre eles estudantes da universidade, acuou esse contingente com pedras e coquetéis Molotov. Horas depois, o governo federal enviou mais 5.000 soldados que estavam de prontidão em Memphis, no vizinho Tennessee. Ao todo, os distúrbios resultaram em dois mortos e 160 feridos, dos quais 28 baleados.
Meredith, que vinha de outra faculdade do Mississippi, se formou no ano seguinte, durante todo esse período sob proteção federal.
Igualmente dramática foi a marcha de 350 km que Meredith liderou em junho de 1966 pelo Sul, quando um branco o baleou. O incidente atraiu a atenção nacional, e a marcha foi retomada com o apoio outros líderes negros da época, entre eles Martin Luther King e Stokely Carmichael. (FM)


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