|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo diz que só tem 2007 para aprovar reforma política
Segundo Tarso Genro, eleições de 2008 vão provocar partidarização do debate
Apesar da pressa, não há consenso sobre as propostas apresentadas; "são teses genéricas e que precisam ser especificadas", diz ministro
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto avalia
que a reforma política, uma das
prioridades do segundo mandato do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva, tem de ser aprovada pelo Congresso até o final
do primeiro semestre de 2007.
Caso contrário, as eleições de
2008 vão inviabilizar o projeto,
disse o ministro das Relações
Institucionais, Tarso Genro.
O petista se reuniu ontem
com o presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil, Roberto
Busato, para discutir o tema.
"Se [a reforma] não for feita no
primeiro semestre na próxima
legislatura, dificilmente será
feita até as eleições municipais.
Parlamentares começam a se
preparar para as eleições municipais e a partidarização do debate fica mais aguda", disse.
Depois das eleições de 2008,
já no terceiro ano do mandato,
dificilmente o presidente Lula
terá força no Congresso para
aprovar uma reforma profunda. Mas, apesar de o governo
defender a reforma política, as
propostas até agora têm pouca
consistência. Fora um vago
consenso sobre fidelidade partidária e financiamento público
de campanha, não há aprofundamento das propostas. A OAB
também está trabalhando num
projeto, que deve ficar pronto
até a primeira quinzena de dezembro, para então ser discutido com as idéias do governo e
dos partidos políticos.
Indiretamente, Tarso admite
que o debate precisa ser aprofundado. "São teses genéricas e
que precisam ser especificadas.
Essa especificação de conteúdo
é que vai dar a verdadeira dimensão da reforma", afirmou.
A relação entre a OAB e o Palácio do Planalto ficou abalada
durante as eleições, uma vez
que a entidade chegou até a discutir um pedido de impeachment de Lula. Ontem, quando
questionado sobre isso, Tarso
respondeu que "nem se lembrava mais desse assunto".
Tarso afirmou que o governo
admite discutir o fim da reeleição, mas não se posicionou sobre o tema. O próprio Lula já
disse que é a favor do fim da
medida -aprovada pelo Congresso sob pressão política do
então presidente Fernando
Henrique Cardoso- e de um
mandato único de cinco anos.
O presidente da OAB defendeu que a reeleição seja revista:
"Não é possível que a gente não
saiba quando termina o presidente e começa o candidato".
Texto Anterior: Agricultores protestam em refinaria: Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) ocupam refinaria em Candeias, na Bahia Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Em marcha Índice
|