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Líder afirma que ministro não sairá
da Sucursal de Brasília
O líder do governo no Congresso, senador José Roberto Arruda
(PSDB-DF), disse ontem que o ministro Luiz Carlos Mendonça de
Barros (Comunicações) não deixará o governo. "Ao que me consta, o
ministro tem a confiança do PSDB
e do presidente (Fernando Henrique Cardoso). Não podemos fazer
linchamento público em cima de
achômetro (sic)", afirmou.
A Folha apurou que a cúpula tucana avalia que a demissão do ministro agora seria uma demonstração de fraqueza do presidente e o
reconhecimento de que houve irregularidades no processo de privatização do Sistema Telebrás.
Para os tucanos, as críticas dos
partidos aliados têm a intenção de
diminuir a participação do PSDB
no governo. "Não estou de acordo
que, enquanto a Polícia Federal e o
Ministério Público fazem o seu trabalho, o Congresso atropele essas
instituições democráticas por razões políticas", disse Arruda.
Políticos do PFL e do PMDB têm
cobrado a demissão do ministro e
aproveitado para defender um
equilíbrio maior na distribuição
dos ministérios entre os partidos.
"Esperamos uma distribuição
igualitária de poder entre os aliados e confiamos nos critérios políticos e administrativos do presidente", disse o deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN).
O líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), quer a
demissão imediata do ministro.
"Ele está perdendo as condições
políticas de continuar. É constrangedor para a base aliada dar explicações sobre os atos do ministro."
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Ministro
Mendonça de Barros foi abandonado pelos próprios aliados do governo no Senado. Por motivos políticos e até pessoais, líderes e senadores governistas contribuíram
para o fracasso do depoimento do
ministro na última quinta-feira.
O PFL e o PMDB querem bombardear a indicação do tucano
Mendonça de Barros para o poderoso Ministério da Produção.
Motivado por mágoas pessoais,
nem o líder do governo no Senado,
Elcio Alvares (PFL-ES), deu amparo ao ministro. Elcio não recebeu
Mendonça de Barros na chegada
ao Congresso, não estava entre os
demais líderes governistas que foram encontrá-lo no gabinete de
ACM e, na sessão, se negou a usar
os cinco minutos de que dispunha
para falar como líder do governo.
O líder do PMDB, Jader Barbalho
(PA), surpreendeu até a oposição
pelo rigor com que interpelou o
ministro. "Ele foi duro. Uma das
perguntas que ele fez estava na minha lista", disse o petista José
Eduardo Dutra (SE). Barbalho deixou o plenário defendendo a renúncia de Mendonça de Barros.
O presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA), alterou a ordem dos inscritos para antecipar a pergunta do senador Jefferson Peres (PSDB-AM), sabendo
que ele seria duro. Peres colocou
em dúvida a ética do ministro na
condução da venda Telebrás.
ACM permitiu que Pedro Simon
(PMDB-RS), Roberto Requião
(PMDB-PR) e Eduardo Suplicy
(PT-SP) -os mais contundentes
nas críticas ao ministro- extrapolassem seu tempo de intervenção.
(LUIZA DAMÉ, DENISE MADUEÑO e
RAQUEL ULHÔA)
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