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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003

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OUTRO LADO

Governo admite irregularidades e nega "esquema"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

Depois de verificar os documentos obtidos pela Agência Folha, o governo de Flamarion Portela admitiu a existência de irregularidades na folha de pagamento, mas negou a existência de uma esquema para desvio de dinheiro dos cofres públicos.
Na última quarta-feira, após ser informada do assunto pela Agência Folha, a secretária de Estado da Administração, Landercy Figueiredo Pereira, determinou a apuração de "responsabilidades no caso de desvio de conduta de qualquer servidor" na folha de pagamentos do Estado.
Segundo Péricles Perucci, secretário-adjunto de Comunicação Social de Roraima, a Secretaria da Administração fará um levantamento geral na folha de pagamentos para apurar eventuais irregularidades além das mencionadas.
Falando em nome de Portela, Perucci negou a existência de um esquema de fraudes montado no Estado. Segundo ele, o que existe são "irregularidades, como a levantada pela Agência Folha, não um esquema organizado, em razão da precariedade com que é feita a folha de pagamentos no Estado".
Perucci disse que Portela tem se empenhado "pessoalmente" para impedir fraudes e só não recebeu a Agência Folha na última quarta-feira porque estava com "uma séria crise de gastrite".
Perucci admitiu que o governo não tem controle sobre a folha de pagamentos, ao tentar justificar as razões para que o 13º salário tenha sido pago a terceiros, enquanto o funcionalismo normal ainda não recebeu nem a primeira parcela.
"É difícil. A situação é tão precária que detectamos que existiram pagamentos de parcelas do 13º à revelia da administração. A luta do governo é para acabar com essa precariedade e depois fazer um recadastramento de todo o quadro funcional."
A folha de pagamentos dos funcionários estaduais vai chegar a R$ 14 milhões neste mês, contra R$ 11,6 milhões de janeiro do ano passado. Perucci não comentou esse aumento -que já chegou a R$ 17 milhões em novembro- sem que houvesse aumento no quadro de 42,5 mil funcionários do Estado (7.500 cedidos pela União) no período nem aumento salarial. (JM)

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