RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília

O presidente do Senado, An tonio Carlos Magalhães (PFL-BA), reforçou ontem a defesa do regime militar no Brasil, que, segundo ele, "fez muita coisa boa pelo país e, co mo tal, é merecedor do respeito da população".
Na véspera, o senador havia elogiado os governos militares em palestra feita na Associação Comercial de São Paulo.
Ontem, ACM disse que "os problemas surgidos durante o regime militar foram poucos em relação ao muito que foi fei to". Ele fez questão de dizer que o regime só persistiu durante tantos anos porque houve "vontade popular, como tam bém a derrubada do regime foi pela vontade popular".
Segundo o senador, "nunca se consegue manter um regime por tanto tempo se o povo não estiver solidário".
ACM disse que, ao contrário de muitos que "maldizem o re gime militar e não poderiam fazê-lo", ele reconhece que coi sas boas foram feitas por presi dentes militares, como a redu ção da "inflação galopante".
"Foi criada uma infra-estru tura que transformou a econo mia do país em uma das respei tadas no mundo inteiro", disse.
ACM disse que as "muitas fa lhas administrativas e políti cas" ocorridas durante o perío do militar foram causadas por "impropriedade e por falta de prática de poder na área civil".
Ele disse que a necessidade das reformas apenas dez anos após a promulgação é uma "prova inequívoca" de que a Constituição de 88 é "falha".
Isso porque, na opinião dele, ela foi feita "com espírito de anular tudo o que pudesse ter a marca do regime militar", criando "exageros" no texto.
Segundo ACM, foi o mesmo que ocorreu durante a elabora ção da Constituição de 46: "Foi feita com o cunho de abolir tu do o que viesse do Estado Novo de Getúlio Vargas".



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