São Paulo, quinta, 22 de janeiro de 1998.



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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Governador pernambucano se encontra com Brizola, mas não assegura suporte à chapa PT-PDT
Arraes descarta Sepúlveda e apoio a Ciro

OSWALDO BUARIM JR.
da Sucursal de Brasília


O governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), descartou ontem a possibilidade de seu partido apoiar a candidatura a presidente do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PPS) ou lançar candidato próprio na eleição deste ano.
"Pelo balanço que se faz, acho que não há possibilidade (de apoiar Ciro Gomes)", disse ele, após reunião com o ex-governador Leonel Brizola (PDT).
Arraes também descartou a candidatura do ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence, que estava nos planos do PSB. "Pertence queria ser candidato numa união da esquerda."
Isso incluiria o apoio do PT, que já lançou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. "Não dá para criar um candidato e deixar ele parado, feito uma estátua. Teria que ter toda uma estrutura."
Brizola esteve com Arraes no escritório do governo de Pernambuco em Brasília para pedir seu apoio à candidatura de Lula, que teria o ex-governador do Rio como candidato a vice. Mas Arraes ainda não se comprometeu oficialmente.
Ele voltou a dizer que a chapa Lula-Brizola busca resolver problemas internos do PT e do PDT, mas evitou novas críticas. "Não dá para ficar criticando, porque aí as brigas aumentam", afirmou.
Arraes disse que, caso apóie Lula e Brizola, não exigirá como contrapartida o apoio do PT ao PSB na disputa pelo governo de Pernambuco. Não disse, entretanto, se será candidato à reeleição. Os candidatos a governador pelo PSB, por sua vez, fazem pressão para aderir à chapa Lula-Brizola de olho no apoio do PT e do PDT nos Estados.
Brizola disse a Arraes que fez o acordo com Lula porque a parte mais difícil da aliança era o entendimento do PT e do PDT, que não fizeram uma coligação eleitoral.
O ex-governador do Rio, ao contrário do PT, ainda investe no discurso crítica ao Plano Real. "Aí fora, já se diz que no Brasil houve uma desvalorização do real em 11%", disse. "E, até a eleição, vai haver outra."



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