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Presidente escala Palocci (Fazenda) para discutir assunto ainda em fevereiro com os 27 governadores
Sob pressão, Lula acelera reforma tributária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva determinou ontem ao
ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho, que marque uma reunião com os 27 governadores para
o mês de fevereiro, com o objetivo
de iniciar a discussão a respeito da
reforma tributária.
Não há ainda data ou local para
a reunião, da qual o presidente
participará.
"Os governadores são atores
fundamentais, já que a reforma
diz respeito em grande medida às
finanças dos Estados", afirmou o
porta-voz de Lula, André Singer.
O porta-voz disse que o presidente pretende enviar uma proposta de reforma tributária ao
Congresso ainda neste ano e que
se empenhará pessoalmente por
sua aprovação até dezembro.
Ele admitiu, no entanto, que o
presidente não tem condições de
assegurar que a reforma, considerada uma das mais complexas
justamente por afetar diretamente os Estados, caminhará sem turbulências. Não foi anunciada previsão de data para conclusão de
uma proposta.
"O andamento da reforma não
depende exclusivamente do presidente da República. Uma vez
iniciado o processo, prever que
tempo vai levar é impossível nesse
momento", afirmou Singer.
A reforma tributária, durante a
campanha eleitoral, foi considerada por Lula "a primeira a ser enfrentada". Após ser empossado,
contudo, o presidente deu prioridade à reforma previdenciária e
vinha dando sinais de que a questão trabalhista também teria precedência.
Ontem, para rebater as críticas
de que o presidente tinha esquecido suas declarações de campanha, Singer disse que Lula "reafirma o compromisso" com a reforma tributária.
O porta-voz ressalvou que o
presidente não vai esperar por um
consenso alcançado com os governadores, que poderia levar
muito tempo, para encaminhar
uma proposta ao Congresso.
Paralelamente, o assunto também será discutido no Conselho
de Desenvolvimento Econômico
e Social, que está em processo de
formação e vai debater também a
reforma previdenciária.
Singer negou que o governo tenha cedido a uma pressão da sociedade para colocar na pauta a
reforma tributária.
A reforma previdenciária, assegurou o porta-voz, continuará
tramitando de forma independente -a idéia é apresentar a
proposta até maio.
"O governo está pensando em
fazer todo o possível, o mais rápido possível, considerando o tempo necessário para a sociedade
discutir. O governo quer com realismo, mas decisão, tocar as reformas", disse o porta-voz.
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