ARMANDO PEREIRA FILHO
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), negou ontem que tenha criticado, em reunião da Executiva nacional do partido, uma eventual lentidão na execução do Fome Zero, principal programa social do governo Lula.
Durante a reunião petista, a prefeita reclamou da "inabilidade política" do ministro José Graziano (Combate à Fome e Segurança Alimentar), conforme a Folha publicou ontem.
"Toda a história da Folha de S.Paulo é absolutamente fantasiosa, não sei de onde tiraram, porque comigo não conversaram. Fico indignada com o que a Folha publicou sem me escutar, eu estando lá", disse. Segundo Marta, ela teria apenas lembrado que experiências bem-sucedidas devem ser aplicadas no programa: "O que eu disse é que tem de ser utilizada mais a experiência que algumas cidades do PT já têm".
Ela citou como exemplo os programas de atendimento social de sua própria administração. "Em São Paulo, 260 mil famílias, mais de um milhão de pessoas, utilizam o cartão magnético [para receber os benefícios"", declarou.
Ela mesma afirmou que há diferenças entre São Paulo e outras cidades do país. "O Brasil é muito grande, vamos ver diferentes métodos. Isso tem de ser visto, e acho que está sendo visto. Então, fiquei surpresa com o tom que foi dado ao que falei na Executiva."
A prefeita também disse que não há reparos a fazer à atuação do ministro. "Não. Foi colocada a experiência de São Paulo à disposição do governo nacional. Ele [Graziano" tem escutado [a experiência paulistana". Não é uma crítica, isso é um aporte."
Ela criticou a pergunta de uma repórter sobre o fato de o governo ainda não ter aplicado o projeto paulistano e encerrou a entrevista coletiva que concedia: "Como vai aplicar em dez dias? Vocês são insanos, querem criar encrenca".


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