São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2000


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PAINEL

Afago técnico

Articulado com o Planalto, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tem um argumento técnico para deixar a relatoria da comissão especial que estuda o salário mínimo com o PFL. Diz que a comissão foi constituída antes do realinhamento político na Câmara, quando o partido de ACM era a maior bancada na Casa.

Além do mínimo

CUT, Força Sindical e CGT se reúnem hoje em SP para definir uma pauta comum para as comemorações do Primeiro de Maio. Mais do que o salário mínimo, o tema da conversa será a redução da jornada de trabalho.

Jogando a corda

Pimenta da Veiga (Comunicações) tem jantar marcado para hoje com Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL. Está em jogo a renegociação do apoio pefelista ao governo, ameaçado desde a conquista da maioria na Câmara pelo PSDB.

Interlocutor certo

A escolha de Pimenta para a reconstrução das pontes com o PFL não é gratuita. Além de ser amigo de Bornhausen, o tucano foi quem mais se empenhou no governo por uma aliança preferencial com os pefelistas, em detrimento do PMDB.

Palavras ao vento

Dias antes do golpe do PSDB que tirou a maioria do PFL na Câmara, Bornhausen almoçou com Serra (Saúde), tucano que segurou o PMDB quando Pimenta e o pefelista tentaram tirar o partido do governo.

Sonhando longe

Há tucanos apostando numa pequena reforma ministerial em maio ou junho, após a comemoração dos 500 anos. Querem tirar proveito de sua nova maioria na Câmara. Mas falta o essencial: o aval de FHC.

Qualquer negócio

Nos bastidores, o PFL tenta negociar desde já um acordo que lhe garanta a presidência da Câmara em 2001. Como está muito difícil, o partido insiste também na prorrogação dos mandatos dos atuais presidentes das comissões técnicas.

Ajuda vermelha

ACM tem um bom argumento para promulgar o projeto que regula a edição de MPs sem que isso pareça implicância com FHC: o PC do B requereu a medida na Câmara. O baiano diz que está se sentindo "constrangido" a decidir logo.


Batendo o martelo

A direção nacional do PT estipulou um prazo final para a definição do candidato do partido à sucessão de FHC: maio de 2001. Há cinco nomes na lista de espera, caso Lula desista: Tarso Genro, José Genoino, Aloizio Mercadante, Cristovam Buarque e Eduardo Suplicy. Olívio Dutra corre por fora.


Disputa alternativa

Lembrados como possíveis candidatos à sucessão de FHC, Aloizio Mercadante e José Genoino já travam outra batalha interna no PT. São hoje os nomes mais cotados para concorrer ao governo de São Paulo.

Temperatura alta

Estão péssimas as relações do presidente do PPS, Roberto Freire (PE), com o líder do partido na Câmara, João Herrmann (SP). Freire não gostou de ser comparado a Inocêncio Oliveira (PFL-PE) por "acreditar em FHC". "Não nos assustam bravatas. Futrica como método político não é da tradição do PPS", diz o senador.

Balaio de gatos

Inflado artificialmente em função da projeção de Ciro Gomes, o PPS de São Paulo tem hoje entre os seus pré-candidatos à Câmara Municipal vários políticos que até ontem eram ligados ao malufismo.

Velho aliado

Marta Suplicy e o PC do B formalizam na sexta-feira o apoio do partido à candidatura da petista à Prefeitura de São Paulo. A sigla reivindica o posto de vice e entregará uma relação de nomes. Mas já sabe que não tem chances de emplacar.

TIROTEIO

De Mangabeira Unger, sobre a consulta no domingo que escolheu Emerson Kapaz como candidato do PPS à eleição municipal de São Paulo:
- Não reconheço esse resultado. Fizeram um evento característico da política do interior de outrora, levando em ônibus alugados vários incautos, que não tinham a menor idéia do que estava sendo votado.

CONTRAPONTO

Didatismo caipira
Mário Covas foi ao Senado recentemente para falar sobre a guerra fiscal. O governador ilustrou sua opinião com um "causo" do interior paulista.
Um sujeito do interior, contou Covas, estava viajando de trem para São Paulo. No meio do caminho, o cobrador passou e lhe pediu a passagem. O caipira procurou na carteira, mexeu nos bolsos, mas não conseguiu encontrar o bilhete.
Percebendo a preocupação do velho passageiro, o cobrador tentou ser simpático:
-Não se preocupe. Estou certo de que a passagem está em algum lugar. Passo mais tarde.
- Meu caro, sendo sincero, não estou tão preocupado em encontrar a passagem, mas sim em descobrir para onde este trem está me levando...
Covas concluiu:
- É mais ou menos isso que sinto em relação à guerra fiscal. A minha preocupação não é perder algumas empresas para outros Estados, mas saber para onde esse tipo de política acabará nos levando.


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