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Municípios dificultam meta
da Sucursal de Brasília
Os Estados e os municípios gastaram muito em dezembro passado e ajudaram menos que o esperado no cumprimento da meta de
superávit primário (quanto os governos economizam para pagar
juros) estabelecida com o FMI.
Em dezembro, os governos regionais registraram déficit primário (gastos acima das receitas, sem
considerar juros) de R$ 1,471 bilhão, o que fez seu endividamento
subir naquele mês.
O socorro a bancos do Paraná e
do Rio Grande do Norte fez a dívida subir mais R$ 2,639 bilhões em
dezembro passado.
Os municípios foram os que
mais gastaram. Seu déficit ficou
em R$ 970 milhões, contra R$ 643
milhões dos Estados. As estatais
de Estados e municípios tiveram
superávit de R$ 115 milhões e R$
18 milhões, respectivamente.
Para o chefe do Departamento
Econômico do BC, Altamir Lopes, o déficit de dezembro não
significa que Estados e municípios estejam fugindo do controle.
"Esse déficit se deve aos gastos
de recursos da privatização. Os
Estados e os municípios não podem repetir esses gastos nos próximos meses porque há contingenciamento (limites) para o endividamento", disse Lopes.
Ele se refere aos limites aos empréstimos bancários fixados por
regra do CMN (Conselho Monetário Nacional). Lopes assinalou
que, apesar do déficit em dezembro, o resultado de Estados e municípios foi positivo no ano.
Embora positivo, o superávit
primário dos governos regionais
ficou abaixo do esperado pelo governo quando o programa fiscal
foi lançado.
Pelas contas da equipe econômica, os governos regionais teriam no ano passado um superávit de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto), incluindo suas estatais.
Mas o resultado ficou em 0,22%
do PIB. A meta com o FMI só foi
cumprida porque o desempenho
abaixo do esperado foi compensando pelas estatais federais.
Delas era esperado um superávit primário de 0,4% do PIB, mas
o resultado correspondeu a 0,62%
do PIB. O resultado do governo
federal ficou em 2,29% do PIB,
pouco abaixo dos 2,3% esperados
pelo governo. A soma dos resultados da União, dos Estados, dos
municípios e das estatais produziu superávit de 3,13% do PIB. O
acordo com o FMI projetava superávit de 3,1% do PIB.
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