São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2000


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CONGRESSO
Retirada de artigo amplia possibilidade de edição de medidas
Negociação sobre limites de MPs favorece Planalto

da Sucursal de Brasília

A comissão que negocia com o governo o projeto que restringe a edição de medidas provisórias pelo presidente da República concordou em retirar da Constituição uma das principais limitações, atendendo a um pedido do Palácio do Planalto.
Na negociação, a comissão aceita retirar o artigo nº 246 da Constituição, que proíbe a adoção de MPs na regulamentação de assuntos que já tenham sido alterados por meio de emendas constitucionais.
A comissão e o governo tentam um acordo sobre a emenda, já aprovada pelo Senado e em tramitação na Câmara. O governo não concorda com as limitações impostas pela proposta.
As negociações foram retomadas depois da ameaça do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), de promulgar itens da emenda que já foram aprovados pelos deputados e senadores.
O acordo seria discutido ontem em reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com líderes do governo, o deputado Roberto Brant (PFL-MG) e o senador José Fogaça (PMDB-RS).
A proposta de limitação das medidas provisórias virou um trunfo de ACM contra o governo, e é vista como uma forma de revidar a derrota que lhe foi imposta na semana passada pelo PSDB, que se tornou a maior bancada na Câmara, desbancando o PFL.
A avaliação de pefelistas é que o presidente do Senado não vai promulgar o projeto em partes porque isso significaria rompimento do partido com o governo, o que não interessa a nenhum dos grupos envolvidos.

Origem
O artigo nº 246 foi colocado na Constituição para permitir a aprovação de emendas da ordem econômica aprovadas pelo Congresso em 1995.
O dispositivo foi para acabar com as resistências da base -que temia a privatização da Petrobras- à quebra do monopólio do petróleo.
A proibição de editar MPs sobre assuntos constitucionais funcionou, na época, como uma garantia de que o governo não proporia a privatização da Petrobras posteriormente.
Segundo Brant, o texto da emenda das MPs poderá aumentar a lista de assuntos que não poderão ser tratados por medida provisória e incluir, por exemplo, o setor de petróleo.


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