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Pivô da crise no RS trocou colunas sociais pela política
Lair Ferst era empresário do
setor de calçados do Estado
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Até se converter no pivô da
crise que abala o governo do
Rio Grande do Sul desde o final
de 2007, Lair Antonio Ferst, 51,
era conhecido como empresário bem-relacionado, assessor
político com trânsito em governos e frequentador de colunas
sociais.
Na semana passada, voltou
aos noticiários com a acusação
do PSOL -que ele nega- de
que teria entregue à Justiça Federal vídeos e áudios que mostram a prática de caixa dois na
campanha do PSDB ao governo
e o envolvimento direto da governadora Yeda Crusius no
desvio de R$ 44 milhões do Detran. Ferst é réu na ação sobre
fraudes na autarquia.
Nascido na região central do
Estado, Ferst se tornou conhecido como empresário do setor
calçadista no Vale dos Sinos.
Foi parar nas colunas sociais ao
se casar, em 1989, com a ex-Miss Brasil Deise Nunes.
Nos anos 90, a proximidade
com ex-deputado federal Nelson Marchezan o levou para a
política. Assessor do parlamentar, morto em 2002, Ferst era
conhecido pela habilidade política e bons relacionamentos.
Marchezan saiu do PPR em
1995 para, mais tarde, juntar-se
ao PSDB. Ferst o seguiu.
Como principal assessor do
deputado no Estado, teve embates com Carlos Crusius, então articulador político e marido da atual governadora. Yeda,
deputada tucana, rivalizava
com Marchezan. Entre os embates de Brasília e a coordenação informal da campanha de
Yeda, em 2006 -confirmada
pelo vice-governador Paulo
Feijó (DEM), Ferst passou pela
liderança da bancada tucana na
Assembleia e integrou o diretório estadual do PSDB.
No governo anterior, de Germano Rigoto (PMDB), as empresas de Ferst -que estão em
nome de familiares- já mantinham contratos com o Detran.
Desfiliado do PSDB, Ferst tenta desde abril acordo de delação
premiada com o Ministério Público Federal. Em troca de informações envolveriam políticos com foro privilegiado, quer
ser liberado das acusações.
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