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Vereadora acusa PMs de racismo
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Convidada para participar da
cerimônia de instalação da Secretaria de Promoção da Igualdade
Racial, a vereadora de São Paulo
Claudete Alves (PT) quase perde
o vôo para Brasília após ser parada em uma blitz da PM (Polícia
Militar). Seria uma caso rotineiro,
não fosse o fato de ela estar em um
carro oficial, ser negra e acusar os
policiais de discriminação racial.
A parlamentar petista foi parada anteontem à noite quando seguia para o aeroporto de Congonhas. No carro, também estavam
o motorista e um assessor da vereadora, que também é negro.
Ela participou da cerimônia como representante da Câmara Municipal de São Paulo.
Segundo a vereadora, os policias apontaram armas contra o
carro em que eles estavam, agiram com truculência e gritaram,
mesmo depois de ela argumentar
que é vereadora e estava atrasada
para pegar um vôo. Ela disse ter
sido tratada pelos policiais como
se fosse uma "delinquente".
A petista disse que os policias
não acreditaram que ela era parlamentar, duvidaram da autenticidade do documento que ela exibiu para comprovar que era vereadora e levantaram suspeita
quanto à autenticidade da placa
do carro oficial que ela usava, um
Voyage verde.
"Indaguei várias vezes qual era
o motivo da abordagem e de tanta
grosseria por parte dos policiais,
mas eles nada diziam. Perguntei a
eles, então, se esse tipo de atitude
era pelo fato de eu ser negra e estar acompanhada também por
um negro, que é meu assessor, e
mais uma vez não obtive resposta", afirmou ela, que teve bolsas e
o carro revistados.
Segundo o advogado da vereadora, Hédio Silva, na próxima semana será proposta uma ação criminal para buscar a punição dos
PMs -a vereadora anotou pelo
menos um nome do grupo de
quatro policiais e a placa do carro
que eles usavam.
Na ação, o advogado sustentará
que os policiais cometeram crime
de abuso de autoridade, constrangimento ilegal e discriminação racial durante a blitz.
Em nota, a PM informou que o
caso depende de apuração e que a
corporação "não cria juízo de valor antecipadamente".
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