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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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PAINEL

Discurso único
O PT quer padronizar as campanhas eleitorais nas principais capitais em 2006. A idéia é que todas tenham o mesmo símbolo e que Lula seja o principal cabo eleitoral dos petistas. Desde, é claro, que a popularidade do presidente continue alta até lá.

Central de comando
O plano do PT para a eleição de 2004 prevê que Duda Mendonça seja o responsável pelas principais campanhas e que indique marqueteiros de sua confiança para as disputas nas quais não possa atuar diretamente.

Luz própria
A rotina do Palácio do Jaburu mudou desde que José Alencar foi para lá. Ao contrário de Marco Maciel, seu antecessor, o vice gosta de dar opinião sobre tudo e não se esquiva de conceder entrevistas. Além disso, convidados confidenciam que a comida do palácio está bem melhor.

Conta corrente
A informação de que Lula convocaria o Congresso extraordinariamente em julho, em razão das reformas, agradou aos parlamentares. Eles faturariam em conjunto pelo menos R$ 22,5 milhões -quase o orçamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos para 2003.

Mãos calejadas
Nas convocações extraordinárias, além do ordenado de R$ 12.700, deputados e senadores recebem ajuda de custo de duas vezes esse valor, mesmo que não trabalhem o mês inteiro.

Babás de luxo
A bancada do Rio tem pressionado para que a Câmara recontrate os 11 funcionários que prestavam apoio parlamentar nos aeroportos cariocas. Eles foram chamados de volta a Brasília por questão de economia.

Burocracia zen
O governador João Alves (PFL-SE) resolveu reunir seus secretários a cada dois meses em um mosteiro para um balanço da gestão. Diz que o isolamento ajuda a equipe a se concentrar.

b>Na boca dos lobbies
José Cechin, último ministro da Previdência de FHC, diz que o projeto de reforma previdenciária de Lula vai na boa direção, mas se limita a medidas pontuais (como a contribuição de inativos), o que o torna mais vulnerável à pressão de grupos que já afiam seus dentes.

Um teto maroto
O novo teto da aposentadoria, de R$ 1.561,56 para R$ 2.400, diz Cechin, passará a valer só daqui a nove anos. Mas até lá os assalariados da ativa pagarão mais à Previdência. Ou seja, o governo federal arrecadará mais, o que é o seu interesse imediato.

Previdência complementar
Uma das consequências do aumento do teto da aposentadoria, diz ainda o ex-ministro de FHC, é o desestímulo do assalariado em procurar um plano complementar, pois já estará sofrendo um desconto excessivo na folha de pagamento.

Em campanha
Não é piada: o PT ainda hoje exibe em seu site texto no qual promete, no governo, "denunciar o acordo com o FMI para liberar a política econômica das restrições impostas ao crescimento" e "articular aliados no processo de auditoria e renegociação da dívida externa".

Santo nome em vão
Sílvio Pereira, dirigente do PT que negocia cargos em nome do Planalto, recebeu no Congresso o apelido de Deus. Explicação: acredita-se que ele exista, mas ninguém consegue localizá-lo.

Calendário eleitoral
As eleições de 2004 já mexem com a bancada tucana. Luiz Piauhylino (PE) envia hoje ofício a Jutahy Júnior. Para que explique seu veto à filiação de Joaquim Francisco, possível candidato à Prefeitura de Recife.

Reestruturação
Lula criou na semana passada 300 cargos na Secretaria Nacional da Pesca. Mas todos serão ocupados por funcionários de outros ministérios.

TIROTEIO

De José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a política econômica:
- O governo Lula tem um comportamento microeconômico esquizofrênico em relação à política macroeconômica que herdou de Pedro Malan.

CONTRAPONTO

Estética política

O ex-deputado federal Eujácio Simões (PL-BA) foi nomeado há dias coordenador, em Salvador, do escritório do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes.
Durante sua posse, colegas seus de política evocaram episódios pitorescos que o envolveram. Como no início dos anos 90, quando, ainda deputado estadual, Simões era o líder do governo de Antonio Carlos Magalhães na Assembléia.
Durante uma sessão, quando a oposição bombardeava o governador, Eujácio subiu à tribuna para defendê-lo.
- Eu não sou um homem de duas caras. Estou sempre ao lado do governador!
Um oposicionista pediu um aparte e observou:
- Quero dizer que concordo com a sua afirmação. Até porque, se o senhor tivesse duas caras, não viria à Assembléia com essa tão feia. Iria preferir a outra!



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