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Faixa de protesto faz presidente atacar grupo político de esquerda
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OURO PRETO
DO ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva criticou, ao iniciar seu
discurso em Ouro Preto, a LOC
(Liga Operária e Camponesa),
uma organização de extrema-esquerda, de linha maoísta.
Como já se tornou costume em
comícios e atos públicos, Lula pediu que as diversas faixas abertas
pelo público na praça Tiradentes
fossem abaixadas para que as pessoas que estavam ao fundo pudessem vê-lo e ele a elas. Foi quando
se referiu à faixa da LOC, a única
que fazia crítica ao seu governo e
que permaneceu estendida após o
apelo. Dizia: "Abaixo as reformas
do governo Lula/FMI".
"Gostaria de pedir aos companheiros e companheiras que estão
com faixas, aquelas contra ou a favor, as do Cruzeiro ou do Atlético:
por favor, baixem para que a gente possa ver a fisionomia das pessoas e que elas possam ver a gente", disse o presidente.
Demonstrando certa irritação
com a faixa da LOC, ele emendou:
"Então, eu queria ponderar aos
companheiros, inclusive da gloriosa Liga Operária, que de operário mesmo que é bom...", disse
Lula, sem concluir a frase.
O principal dirigente da LOC
em Minas, Gérson Lima, rebateu
a crítica do presidente: "O Lula
deixou de ser operário há muito
tempo. Aliás, o que ele entende
agora é de diretoria da Volkswagen, da Mercedes, inclusive desfila de carro aberto dentro da empresa. E seus pelegos ficam defendendo lá a terceirização".
A LOC, que levou cerca de cem
pessoas a Ouro Preto, tem atuação isolada em Minas. Raramente
participa de manifestações com
outras entidades. Controla os sindicados dos trabalhadores da
construção civil e dos rodoviários
de Belo Horizonte, considerados
os mais radicais do Estado.
A maior parte das outras faixas
era de apoio a Lula e ao governador Aécio Neves (PSDB) -até na
estrada de terra que dá acesso ao
hotel onde Lula almoçou havia
uma do PSDB local de apoio a ele.
Outras faixas protestavam contra o incêndio da semana passada.
Muitas também pediam a renúncia da prefeita de Ouro Preto,
Marisa Xavier (PDT). Por causa
das faixas que estampavam "Fora
Marisa", a assessoria do presidente apressou-se em explicar a Lula
que não se era nada contra a primeira-dama, Marisa Letícia, também presente.
(PP e FZ)
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