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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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Faixa de protesto faz presidente atacar grupo político de esquerda

DA AGÊNCIA FOLHA, EM OURO PRETO

DO ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, ao iniciar seu discurso em Ouro Preto, a LOC (Liga Operária e Camponesa), uma organização de extrema-esquerda, de linha maoísta.
Como já se tornou costume em comícios e atos públicos, Lula pediu que as diversas faixas abertas pelo público na praça Tiradentes fossem abaixadas para que as pessoas que estavam ao fundo pudessem vê-lo e ele a elas. Foi quando se referiu à faixa da LOC, a única que fazia crítica ao seu governo e que permaneceu estendida após o apelo. Dizia: "Abaixo as reformas do governo Lula/FMI".
"Gostaria de pedir aos companheiros e companheiras que estão com faixas, aquelas contra ou a favor, as do Cruzeiro ou do Atlético: por favor, baixem para que a gente possa ver a fisionomia das pessoas e que elas possam ver a gente", disse o presidente.
Demonstrando certa irritação com a faixa da LOC, ele emendou: "Então, eu queria ponderar aos companheiros, inclusive da gloriosa Liga Operária, que de operário mesmo que é bom...", disse Lula, sem concluir a frase.
O principal dirigente da LOC em Minas, Gérson Lima, rebateu a crítica do presidente: "O Lula deixou de ser operário há muito tempo. Aliás, o que ele entende agora é de diretoria da Volkswagen, da Mercedes, inclusive desfila de carro aberto dentro da empresa. E seus pelegos ficam defendendo lá a terceirização".
A LOC, que levou cerca de cem pessoas a Ouro Preto, tem atuação isolada em Minas. Raramente participa de manifestações com outras entidades. Controla os sindicados dos trabalhadores da construção civil e dos rodoviários de Belo Horizonte, considerados os mais radicais do Estado.
A maior parte das outras faixas era de apoio a Lula e ao governador Aécio Neves (PSDB) -até na estrada de terra que dá acesso ao hotel onde Lula almoçou havia uma do PSDB local de apoio a ele.
Outras faixas protestavam contra o incêndio da semana passada.
Muitas também pediam a renúncia da prefeita de Ouro Preto, Marisa Xavier (PDT). Por causa das faixas que estampavam "Fora Marisa", a assessoria do presidente apressou-se em explicar a Lula que não se era nada contra a primeira-dama, Marisa Letícia, também presente. (PP e FZ)


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