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CONSENSO MÍNIMO
Ao lado de Lula, governador defende "reconstrução da República Federativa" com maior divisão do bolo tributário
Aécio cobra mais participação nos impostos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OURO PRETO
DO ENVIADO ESPECIAL
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), após condecorar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Grande Colar da
Inconfidência, a maior honraria
do Estado, defendeu em discurso
a "reconstrução da República Federativa", de forma que Estados e
municípios participem mais do
bolo tributário para poder promover o desenvolvimento social.
Aécio empenhou apoio político
a Lula, que, segundo ele, poderá
inaugurar uma nova fase na política nacional. Mas deixou evidente que tudo isso passa por uma
maior autonomia financeira dos
Estados. "A nova idade política
significa voltar a algumas questões antigas, retomar a construção da República, resolver dissídios históricos. Minas sempre foi
solidária com a totalidade do Brasil e sempre defendeu o respeito
ao pacto federativo de 1891."
A agenda econômica de Minas
foi a tônica do discurso do governador tucano, que relembrou a
luta dos inconfidentes mineiros
contra o quinhão português para
dizer que imposto justo é imposto
consentido pela população e por
seus representantes legais.
"Não nos ofende a versão de
que fizemos a conjuração de 1789
para não pagar impostos. Os tributos só são legítimos quando
consentidos, quando decididos
pelos contribuintes, e a sua aplicação por eles determinada e por
eles fiscalizada. Para isso, entre
outras razões, nasceu o instituto
da representação política."
Aécio disse que "nunca é demais lembrar que os homens não
vivem na abstração doutrinária,
mas na realidade concreta de cada
dia e de cada lugar" e completou:
"É de seu direito lutar para que os
impostos que pagam sirvam, em
primeiro lugar, ao seu próprio
bem-estar, à sua segurança".
O governador classificou como
"revolução política" a reforma tributária que o governo do PT está
conduzindo e encerrou essa parte
do seu discurso justificando a Lula o motivo da sua fala.
"Não há autonomia sem recursos tributários. Estou certo de que
vossa excelência entenderá a franqueza com que trato desses assuntos como prova de minha lealdade e respeito político e moral",
concluiu Aécio, que foi vaiado por
parte do público presente na praça Tiradentes por duas vezes.
Aécio assumiu o governo do Estado com o caixa decadente, com
rombos mensais de quase R$ 200
milhões. Por isso, tenta se livrar
desse drama financeiro, fazendo
cortes e reivindicações pontuais
ao governo Lula, as quais ainda
estão sendo negociadas.
(PP e FZ)
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