RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A quarta edição da maior feira de material bélico da América Latina começa hoje no Rio, apenas para convidados, tendo como pano de fundo a recente guerra no Iraque e os adiamentos da compra de aviões pela Força Aérea Brasileira.
A feira bienal de defesa LAD (Latin America Defentech) é a única feira de material militar latino-americana que engloba equipamentos para as três forças, Marinha, Exército e Aeronáutica.
Empresas dos EUA e Reino Unido poderão acrescentar "testado em combate" aos equipamentos que vendem, sempre um chamariz importante para eventuais compradores.
Mas um dos principais focos das conferências paralelas à exposição são aspectos ligados à organização de forças de paz. Especialistas da ONU explicarão o funcionamento do Sistema Logístico de Operações de Paz e -algo que interessa diretamente a fornecedores- falarão sobre o sistema de aquisições da organização.
A LAD, que vai até sexta, tem apoio institucional do Ministério da Defesa. Palestrantes brasileiros falarão sobre as ações do governo na Amazônia, como o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), de coleta de informações e controle do espaço aéreo na região.
Outro tema importante, "Parcerias da Indústria de Defesa", incluirá tópicos de interesse imediato do reaparelhamento das forças armadas brasileiras, como o "offset", a utilização de ofertas de compensação comercial, industrial e de desenvolvimento tecnológico. O governo brasileiro adiou recentemente a decisão sobre a compra dos caças que deverão substituir os Mirage III de defesa aérea. A competição continua acirrada, e todos os concorrentes estarão presentes na LAD.
O ministro da Defesa, José Viegas Filho, faz palestra hoje na abertura da feira.