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RIO
Acusados ligaram para empresa
Quebra de sigilo revela contradição de fiscais
FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A deputada estadual Graça Mattos (PSB), relatora do sigilo telefônico dos fiscais investigados pela
CPI do Propinoduto, disse ontem
que, entre 1999 e 2002, Carlos
Eduardo Pereira Ramos, Lúcio
Manuel Picanço e Rodrigo Silveirinha Corrêa fizeram e receberam
pelo menos 150 ligações da Coplac, empresa que representa o
Discount Bank and Trust Company no Brasil.
Para a deputada, as ligações
provam que os fiscais mentiram
durante os depoimentos dados na
CPI e na PF (Polícia Federal):
"Eles têm ligação com a Coplac
e disseram que não tinham. Isso
significa que a Coplac deve ser
quem mandava dinheiro para eles
para fora do Brasil", disse ela.
O recordista em ligações foi Pereira Ramos, com pouco mais de
cem, 90 delas em 1999. Silveirinha
fez duas e recebeu cinco ligações
da Coplac no ano passado. A Folha apurou que os auditores Hélio
Ramos e Sergio Jacome de Lucena
também fizeram e receberam ligações da empresa.
De acordo com o delegado David Salem, que preside o inquérito
policial, os executivos da Coplac
Herry Rosemberg e Ronaldo
Adler devem depor hoje. Segundo
as investigações da PF, a empresa
trabalha no suposto esquema de
corrupção dos fiscais, principalmente na abertura e manutenção
das contas na Suíça.
A PF já tinha decidido convocar
Rosemberg e Adler para novos
depoimentos. No início do ano,
ouvidos pela PF, eles negaram conhecer os fiscais e afirmaram que
sua empresa de consultoria, a Coplac, não está autorizada a abrir
contas de bancos suíços no Brasil.
Habeas corpus
O advogado Paulo Ramalho disse ontem que deve pedir ainda
hoje ao TRF (Tribunal Regional
Federal) um habeas corpus para
que o auditor Hélio Ramos deixe
a prisão. O advogado José Carlos
Tórtima, que defende o auditor
Sergio de Lucena, reafirmou que
também pedirá o habeas corpus.
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