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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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RIO

Acusados ligaram para empresa

Quebra de sigilo revela contradição de fiscais

FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A deputada estadual Graça Mattos (PSB), relatora do sigilo telefônico dos fiscais investigados pela CPI do Propinoduto, disse ontem que, entre 1999 e 2002, Carlos Eduardo Pereira Ramos, Lúcio Manuel Picanço e Rodrigo Silveirinha Corrêa fizeram e receberam pelo menos 150 ligações da Coplac, empresa que representa o Discount Bank and Trust Company no Brasil.
Para a deputada, as ligações provam que os fiscais mentiram durante os depoimentos dados na CPI e na PF (Polícia Federal):
"Eles têm ligação com a Coplac e disseram que não tinham. Isso significa que a Coplac deve ser quem mandava dinheiro para eles para fora do Brasil", disse ela.
O recordista em ligações foi Pereira Ramos, com pouco mais de cem, 90 delas em 1999. Silveirinha fez duas e recebeu cinco ligações da Coplac no ano passado. A Folha apurou que os auditores Hélio Ramos e Sergio Jacome de Lucena também fizeram e receberam ligações da empresa.
De acordo com o delegado David Salem, que preside o inquérito policial, os executivos da Coplac Herry Rosemberg e Ronaldo Adler devem depor hoje. Segundo as investigações da PF, a empresa trabalha no suposto esquema de corrupção dos fiscais, principalmente na abertura e manutenção das contas na Suíça.
A PF já tinha decidido convocar Rosemberg e Adler para novos depoimentos. No início do ano, ouvidos pela PF, eles negaram conhecer os fiscais e afirmaram que sua empresa de consultoria, a Coplac, não está autorizada a abrir contas de bancos suíços no Brasil.

Habeas corpus
O advogado Paulo Ramalho disse ontem que deve pedir ainda hoje ao TRF (Tribunal Regional Federal) um habeas corpus para que o auditor Hélio Ramos deixe a prisão. O advogado José Carlos Tórtima, que defende o auditor Sergio de Lucena, reafirmou que também pedirá o habeas corpus.



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