São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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Ele está otimista, diz apresentador

DA REDAÇÃO

Carlos Massa, o Ratinho, falou com a Folha ontem à tarde, em Brasília, pouco antes de embarcar de volta para São Paulo. A seguir, os principais trechos da entrevista. (DANIEL CASTRO)
 

Folha - Você está ficando importante, almoçando com o presidente?
Ratinho
- Ah, eu sou chique [risos].

Folha - Como foi o encontro?
Ratinho
- Foi uma conversa boa. O Lula sempre foi meu amigo antes de ser presidente. Faz tempo que ele está me cobrando: "Pô, vem aqui almoçar?". Eu falei: "Eu vou almoçar aí, mas você tem que deixar eu gravar umas perguntas para colocar no programa". Aí ele deixou eu gravar, várias perguntas. Fizemos um programa na casa dele, muito bom.

Folha - O que Bruno e Marrone foram fazer?
Ratinho -
Há muito tempo eles tinham pedido para eu levá-los junto no encontro com o Lula. Eu chamei e eles foram.

Folha - O que você perguntou para Lula e o que ele respondeu?
Ratinho -
Perguntei não sobre uma coisa específica. Falamos muito sobre emprego, desenvolvimento, sobre o que ele vai fazer na saúde, perguntei por que ele viaja tanto. Ele está muito otimista. Acha que, no linguajar dele, ele arou a terra, jogou adubo e agora começa a colher. Falou que arou a terra no primeiro ano, jogou adubo, plantou no começo deste ano e começa a colher em junho.

Folha - Isso é um novo "espetáculo do crescimento"?
Ratinho -
Não sei se ele chama isso de "espetáculo do crescimento". Disse que a gente tem de entender que ninguém pega uma lavoura e já começa colhendo, que primeiro tem de se plantar. Que ele pegou um país com muita dificuldade, que tem sérios problemas que ele não vai resolver em 500 dias porque levaram 500 anos para estragar. Ele falou ainda que a burocracia atrapalha muito, que prejudica a tomada de decisão.

Folha - E sobre as viagens?
Ratinho -
Ele disse que, a partir do momento em que começou a viajar, o Brasil começou a abrir novos espaços para exportação.
Países do Oriente Médio, que não compravam nada do Brasil, já estão comprando bastante. O presidente Lula acha que o momento é de os países em desenvolvimento, que têm os mesmo problemas, sentar e criar uma nova linha de comércio.

Folha - O que ele falou do desemprego?
Ratinho -
Falou que o Brasil precisa se desenvolver, do Primeiro Emprego, que agora está saindo do papel, falou do Fome Zero, que até o final do ano já terá 5 milhões de pessoas atendidas pelo Bolsa-Família, que ele acha o melhor programa. Falou de saúde bucal, que não quer ver nenhuma criança com problema na boca e nenhum adulto com dentadura. Falou que quer consertar a boca do brasileiro.

Folha - O que mais?
Ratinho -
Ele falou que as pessoas que estão fazendo greve sabem que o governo não pode dar mais do que já deu, que essas greves são inúteis. É como se uma criança pedisse ao pai um caminhãozinho a motor, mas o pai é operário e não consegue dar o brinquedo. Então ele vai se contentar com um sem motor.
Uma coisa que senti que o presidente Lula está meio magoado é que tem muito programa do governo federal, que ele dá dinheiro, e que os governadores colocam que é só do Estado. Dá a impressão de que o governo federal não está fazendo nada.


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