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Ele está otimista, diz apresentador
DA REDAÇÃO
Carlos Massa, o Ratinho, falou
com a Folha ontem à tarde, em
Brasília, pouco antes de embarcar
de volta para São Paulo. A seguir,
os principais trechos da entrevista.
(DANIEL CASTRO)
Folha - Você está ficando importante, almoçando com o presidente?
Ratinho - Ah, eu sou chique [risos].
Folha - Como foi o encontro?
Ratinho - Foi uma conversa boa.
O Lula sempre foi meu amigo antes de ser presidente. Faz tempo
que ele está me cobrando: "Pô,
vem aqui almoçar?". Eu falei: "Eu
vou almoçar aí, mas você tem que
deixar eu gravar umas perguntas
para colocar no programa". Aí ele
deixou eu gravar, várias perguntas. Fizemos um programa na casa dele, muito bom.
Folha - O que Bruno e Marrone foram fazer?
Ratinho - Há muito tempo eles
tinham pedido para eu levá-los
junto no encontro com o Lula. Eu
chamei e eles foram.
Folha - O que você perguntou para Lula e o que ele respondeu?
Ratinho - Perguntei não sobre
uma coisa específica. Falamos
muito sobre emprego, desenvolvimento, sobre o que ele vai fazer
na saúde, perguntei por que ele
viaja tanto. Ele está muito otimista. Acha que, no linguajar dele, ele
arou a terra, jogou adubo e agora
começa a colher. Falou que arou a
terra no primeiro ano, jogou adubo, plantou no começo deste ano
e começa a colher em junho.
Folha - Isso é um novo "espetáculo do crescimento"?
Ratinho - Não sei se ele chama isso de "espetáculo do crescimento". Disse que a gente tem de entender que ninguém pega uma lavoura e já começa colhendo, que
primeiro tem de se plantar. Que
ele pegou um país com muita dificuldade, que tem sérios problemas que ele não vai resolver em
500 dias porque levaram 500 anos
para estragar. Ele falou ainda que
a burocracia atrapalha muito, que
prejudica a tomada de decisão.
Folha - E sobre as viagens?
Ratinho - Ele disse que, a partir
do momento em que começou a
viajar, o Brasil começou a abrir
novos espaços para exportação.
Países do Oriente Médio, que
não compravam nada do Brasil, já
estão comprando bastante. O presidente Lula acha que o momento
é de os países em desenvolvimento, que têm os mesmo problemas,
sentar e criar uma nova linha de
comércio.
Folha - O que ele falou do desemprego?
Ratinho - Falou que o Brasil precisa se desenvolver, do Primeiro
Emprego, que agora está saindo
do papel, falou do Fome Zero, que
até o final do ano já terá 5 milhões
de pessoas atendidas pelo Bolsa-Família, que ele acha o melhor
programa. Falou de saúde bucal,
que não quer ver nenhuma criança com problema na boca e nenhum adulto com dentadura. Falou que quer consertar a boca do
brasileiro.
Folha - O que mais?
Ratinho - Ele falou que as pessoas que estão fazendo greve sabem que o governo não pode dar
mais do que já deu, que essas greves são inúteis. É como se uma
criança pedisse ao pai um caminhãozinho a motor, mas o pai é
operário e não consegue dar o
brinquedo. Então ele vai se contentar com um sem motor.
Uma coisa que senti que o presidente Lula está meio magoado é
que tem muito programa do governo federal, que ele dá dinheiro,
e que os governadores colocam
que é só do Estado. Dá a impressão de que o governo federal não
está fazendo nada.
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