São Paulo, sábado, 22 de abril de 2006

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Arma da polícia desaparece em confronto em PE

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O secretário da Defesa Social de Pernambuco, Rodney Miranda, disse ontem que a arma do capitão da Polícia Militar Dimerson Mendes desapareceu no confronto em que ele se envolveu anteontem com membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Recife.
O oficial foi espancado por um grupo de sem-terra, ao final da passeata de abertura do 2º Fórum Social Brasileiro. Na confusão, o coordenador nacional do movimento Jaime Amorim foi baleado de raspão no polegar direito.
Segundo Miranda, ao menos oito pessoas ficaram feridas -entre elas outros dois policiais. As vítimas passam bem. A arma é uma pistola de uso exclusivo da PM.
O secretário afirmou não saber a causa do tumulto. De acordo com ele, os PMs envolvidos disseram ter disparado tiros para o alto, em situação de defesa, e terem sido espancados sem motivo.
O capitão, que sofreu traumatismo craniano leve e ferimentos, estaria no local apenas para fazer o levantamento da área para outro evento, disse o secretário. Ele teria entrado no meio do grupo de sem-terra ao perseguir um ladrão.
Os lavradores responsabilizam os policiais pelo enfrentamento. Afirmam que três deles entraram de motocicleta em uma área onde estava um grupo de crianças.
Segundo a PM, 1.500 pessoas participavam do ato. Os organizadores estimaram 10 mil. Ontem, em carta aberta, o comitê organizador do fórum criticou a atuação dos policiais. Segundo o documento, eles "invadiram" o ato.
Em Alagoas, um policial sacou ontem uma arma contra sem-terras na entrada do fórum de Atalaia. Os agricultores tinham audiência marcada. Segundo o coordenador estadual do MST, José Carlos Silva, "um policial arrogante e desinformado sacou uma metralhadora na porta do fórum". Para policiais do Centro de Gerenciamento de Crise da PM, o policial militar não chegou a disparar. (FÁBIO GUIBU)


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