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Projeto fere livre informação, diz OAB
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM DIAMANTINA
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, disse ontem que "a princípio, o
impedimento da pesquisa eleitoral ofende o princípio da informação". Para Busato, não há benefício na medida. Ele disse que a
OAB analisará os efeitos do pacote de reforma das regras eleitorais,
aprovado terça-feira pelo Senado.
O projeto aprovado proíbe que
pesquisas eleitorais sejam divulgadas 15 dias antes das eleições.
Ele passará ainda pelo crivo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode vetar a proibição da
divulgação de pesquisas.
"A OAB vai promover um estudo para saber qual a vantagem de
se arranhar o princípio da informação em benefício de eleições
mais justas", disse Busato, referindo-se aos argumentos apresentados pelos senadores.
O presidente da OAB afirmou
que o texto aprovado "ainda não
foi inteiramente conhecido", mas
disse que vai estudar a questão da
proibição "com muito cuidado"
pelo fato de "a livre informação
ser um princípio importantíssimo no Estado Democrático de Direito". "Não vejo maior benefício
para se suprimir um direito que se
ampliou, e é um direito do povo",
afirmou.
Ele também criticou o fato de o
Senado não ter aprovado a ampliação do controle público sobre
gastos de campanhas eleitorais.
Foi retirada do projeto original a
obrigatoriedade de os partidos
políticos identificarem os doadores, ao longo das campanhas.
"O grande mal dessa legislação é
que ela não conseguiu atingir a
expectativa popular com relação
às prestações de contas das campanhas. Deveria haver regras
mais duras em relação à prestação
de contas e uma criminalização
maior para aqueles que infringirem as regras da prestação de
contas, para que nós evitássemos
essa prática do caixa dois, contumaz na política brasileira."
Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie disse ontem que o STF está "inteiramente
aparelhado" para processar a denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República sobre o
mensalão, dando a entender que
não considera a tese da OAB de
que é necessária uma força-tarefa.
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