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Diálogo mostra que juíza queria decidir ação contra ex-agente
Conversa indica que Maria Cristina aceitaria as alegações do procurador da Fazenda que foi colocado sob suspeita pela PF
Magistrada não comentou a gravação; seu marido disse que eles não sabem nem o número do inquérito que deu origem às transcrições
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal transcreveu, em um dos relatórios da
Operação Têmis, telefonema
da juíza Maria Cristina Barongeno Curkierkorn à 23ª Vara
Federal no dia 26 de janeiro último, quando a magistrada já se
encontrava internada na maternidade do Hospital Albert
Einstein, em trabalho de parto.
O diálogo foi reproduzido
porque revela o interesse da
juíza sobre processo envolvendo a empresa Suply, colocada
no centro de disputa judicial
em que a União tentava obter a
apreensão de uma lancha de
um ex-policial (leia texto nesta
página), cuja importação foi
questionada pela Receita Federal por suspeita de sonegação.
"Essas coisas que ficaram na
minha mesa, deixa separado
que depois eu faço", afirmou a
juíza a Fernando [aparentemente servidor da Vara].
"Segundo o doutor Sérgio
[aparentemente o procurador
da Fazenda Nacional Sérgio
Ayala], parece que a Suply tem
razão", afirma a juíza.
Maria Cristina e Fernando
referem-se supostamente à
alegação do procurador de que
"não era caso de apreensão",
pois a embarcação teria sido
adquirida no mercado interno.
"E aí eu falo com você depois", concluiu a juíza.
Procurada pela Folha na
noite da sexta-feira, a magistrada não quis comentar a gravação. Por e-mail, seu marido,
Charles, disse que "neste momento, estamos impossibilitados de responder a essas perguntas porque [nem] sequer sabemos o número do inquérito que deu origem às eventuais
transcrições mencionadas".
(FREDERICO VASCONCELOS)
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